Lar Amapá Em 4 anos, CNJ registra casos alarmantes de feminicídio no país

Em 4 anos, CNJ registra casos alarmantes de feminicídio no país

Aumento dos casos é reflexo do discurso misógino e machista defendido pela extrema direita

por admin
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De acordo com a Agência Brasil, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) registrou aumento de 225% nos julgamentos de casos de feminicídio entre 2020 e 2024. As informações apresentadas no Painel “Justiça em Números” também mostram aumento do número de medidas protetivas concedidas com base na Lei Maria da Penha.

resultado da ampliação dos casos de violência doméstica contra mulheres e meninas é um dos tristes legados que a gestão bolsonarista deixou para a população feminina no Brasil.

Conforme evidenciado no relatório “Visível e Invisível: a vitimização de mulheres no Brasil, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em parceria com o Instituto Datafolha, o desfinanciamento das políticas de proteção à mulher por parte da gestão de Jair Bolsonaro, que registrou a menor alocação orçamentária em uma década para as políticas de enfrentamento à violência contra a mulher são elementos que explicam o forte aumento nos casos de violência doméstica no país.

Governo Bolsonaro incentivou a violência contra a mulher

Além disso, a gestão de extrema direita do inelegível contribuiu para que diversos movimentos misóginos e machistas ganhassem adeptos na sociedade. Esse movimento levou ao crescimento de crimes de ódio, principalmente na internet. A  ascensão de movimentos ultraconservadores na política brasileira, que elegeram o debate sobre igualdade de gênero como inimigo número, também explicam a avalanche de casos de violência doméstica. Com isso, houve uma verdadeira proliferação de discursos radicais, associados à prática religiosa, com homens defendendo que as mulheres estejam submissas a eles.

O fato foi alertado pelo PT há alguns anos. Em abril de 2023, durante o Seminário de Comunicação do partido sobre atuação da extrema direita mundial nas redes, o painel “Mapa das Redes – Cartografia de Controvérsia” mostrou como a religião é um dos fatores utilizados pela extrema direita para se aproximar da população conservadora. O painel foi apresentado por Fernanda Sarkis, mestre em Comunicação Política pela Universidade do Porto, e Marcus Nogueira, sociólogo. Segundo o casal, a direita disputa o arquétipo da mulher no imaginário daquelas pessoas que orbitam o universo conservador.

Na ocasião, Nogueira explicou que “O embate está, sobretudo, na mulher, na absorção da imagem da Maria, porque a mulher é a batuta do comportamento que eles disputam. Por isso, é muito importante que não pode o aborto e a disputa da família porque é o enquadramento do patriarcado. Então, o ponto de fundo dessa disputa é que a mulher tem um papel absolutamente fundamental porque é a alma feminina que eles disputam como o arquétipo de Maria. Que Maria é que o Ocidente vai respeitar? É a Maria de todos os continentes ou é a única Maria com um único tipo de personalidade? Por isso, a mulher é fundamental nessa guerra cultural.”

Figura da mulher santa reflete ausência de autonomia 

Ao falar sobre como o papel da mulher é utilizado pela extrema direita, mas sob a ótica da comunicação, Sarkis explicou que o referido campo ideológico adotou a imagem de Nossa Senhora  como modelo a ser seguido para as mulheres conservadoras.

“A gente percebe usando, como exemplo essa questão de Nossa Senhora, que é essa figura imaculada, cândida, quase como um modelo de mãe, que é a personificação de um modo de ser de uma mulher, ou de como ela deveria ser. E o que percebemos, na rede, é uso instrumental dessa figura para torturar as mulheres psicologicamente. Ele diminui o espaço das mulheres, encurta a autonomia delas. E como enfrentar isso? Esse é o grande ponto do debate que temos hoje”, reflete.

Portanto, com o avanço cada vez maior de discursos ultra conservadores dentro dos lares, associado a pensamentos retrógrados de que a mulher deve ser submissa ao homem, aliado aos discursos misóginos, machistas e antigêneros, os casos de violência seguem aumentando no Brasil.

Acesso à informação

Há uma outra faceta que também explica o porquê dos aumentos dos casos de violência, bem como de julgamentos de feminicídio e de medidas protetivas: o acesso à informação sobre o que é violência e seus diferentes tipos.

Com a decisão do presidente Lula em criar o Ministério das Mulheres, serviços que haviam sido descontinuados – como o Disque 180 – foram retomados. E, com isso, ações de combate à violência, como a do Feminicídio Zero, a retomada das Casas da Mulher Brasileira e o programa Brasil Sem Misoginia estão em curso no país para reconstruir a malha de proteção à mulher, que foi destruída por Bolsonaro.

O exemplo de como as mulheres estão denunciando mais, quebrando o silêncio, está na quantidade de ligações que o Ligue 180 recebeu em 2023: foram 568,6 mil chamadas, sendo 1.558 ligações diárias de mulheres denunciando ameaças à integridade psíquica, física, negligência ou patrimonial.

PT – o partido que defende as mulheres 

Os fatos comprovam que o PT é o partido que mais atua para construir políticas públicas com foco na prevenção e combate à violência contra a mulher. Nas três gestões à frente da Presidência da República, a legenda apresentou diversas ações e programas sociais com foco na vida da mulher.

Uma delas é a Lei do Feminicídio, que completou 10 anos no dia 9 de março. Sancionada em 2015 pela então presidente Dilma Rousseff, a norma inseriu no Código Penal o crime de homicídio contra mulheres no contexto de violência doméstica e de discriminação.

Em outubro do ano passado, o presidente Lula sancionou a Lei 14.994/24 e ampliou a pena para quem comete o crime. A punição, que variava entre 12 a 30 anos de prisão, passou para mínimo de 20 e máximo de 40 anos.

Da Redação do Elas por Elas, com informações da Agência Brasil

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