Lar Amapá Com contrato para quatro novos petroleiros, Lula impulsiona renovação da frota naval

Com contrato para quatro novos petroleiros, Lula impulsiona renovação da frota naval

Em Rio Grande, presidente formaliza contratação de novos navios para a Petrobras. Segundo Lula, este é "apenas o começo". Estão previstos 44 novos navios, fabricados no Brasil

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou na manhã desta segunda-feira (24/2), no Rio Grande do Sul, contrato do Programa de Ampliação da Frota da Petrobras e Transpetro. A agenda compõe mais uma ação de retomada da indústria naval e de recuperação de plataformas da Petrobras que estavam em situação de desmobilização, desta vez em Rio Grande. O município, a 300 quilômetros de Porto Alegre, abriga o o quarto terminal portuário mais movimento do País e a Refinaria Riograndense, a primeira do Brasil, inaugurada em 1937 como Refinaria Ipiranga.

O objetivo do Governo Federal é ampliar a frota de navios petroleiros e desenvolver a indústria naval, começando pela construção de quatro navios petroleiros do tipo Handy (embarcações de médio porte utilizadas para o transporte de petróleo bruto e derivados), com valor de US$ 69,5 milhões por embarcação.

“Eu quero recuperar (a indústria naval) porque um país que tem uma bela indústria naval, ele se torna competitivo no comércio internacional”, afirmou o presidente, lembrando que 90% desse comércio é realizado por transporte marítimo. O presidente disse ainda que a assinatura de hoje “é apenas o começo”, lembrando que na semana passada ele havia participado do lançamento de edital para a construção de navios da Transpetro em Angra dos Reis. “Esse estaleiro vai voltar a funcionar”, acrescentou Lula.

O presidente voltou a destacar que o setor tem sido uma de suas prioridades à frente do Governo. “Eu resolvi recuperar a Petrobras e a indústria naval, porque construir a indústria naval não foi uma tarefa fácil. Vocês sabem que, desde 2002, a gente tem brigado pela indústria naval. Esse país tem 8 mil quilômetros de costa marítima. Esse país jamais poderia prescindir de uma indústria de cabotagem, jamais. Porque o ideal para um país como o Brasil é o sistema de transporte no qual você usa trem, navio, caminhão”, afirmou Lula. De acordo com o presidente, 95% do transporte de exportação do país é por navio.

Ele esteve acompanhado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. “A indústria naval é soberania nacional, tecnologia, inovação, logística, dando uma resposta maravilhosa e milhares e milhares de empregos”, afirmou Alckmin. Ao encerrar seu discurso, Alckmin citou o filósofo Michel Foucault para cumprimentar o presidente sobre o programa. “Em civilizações sem barcos, os sonhos secam. Parabéns, presidente Lula, por transformar o sonho em realidade”, acrescentou.

O ministro das Minas e Energia, Alexandre Silveira, presente ao ato, destacou que a construção dos quatro navios para transporte de petróleo e derivados deve gerar cerca de 3,6 mil empregos diretos e indiretos, consolidando o impacto positivo da reativação da indústria naval no desenvolvimento econômico regional. O investimento previsto nesta etapa é de R$ 1,6 bilhão.

“O presidente Lula está trazendo novamente a dignidade e crescimento. Nós estamos reativando a indústria naval do setor petrolífero, as refinarias e as plantas de fertilizantes. O governo anterior só queria saber do lucro, dos acionistas e do dinheiro, mas não se lembravam que não existe lucro se a estrutura for sucateada”, disse.

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O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou os investimentos que o Governo Federal vem fazendo no setor desde 2023. Ele lembrou que, impulsionado pelos recursos priorizados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM), o setor naval fechou o último ano com R$ 30,8 bilhões aprovados para mais de 430 novos projetos, incluindo a construção de embarcações, reparos, docagens, modernização de unidades existentes, ampliação de estaleiros e novas infraestruturas portuárias.

O que é o programa

O contrato para a aquisição de quatro navios da classe Handy, com valor de US$ 69,5 milhões por embarcação, foi assinado entre a Transpetro, subsidiária integral da Petrobras, e o consórcio formado pelos estaleiros Rio Grande e Mac Laren. Os navios serão utilizados para transporte de derivados de petróleo na costa brasileira.

A aquisição integra o Programa de Renovação e Ampliação de Frota da Petrobras, que prevê o contrato de 44 navios, com investimentos de R$ 23 bilhões e geração de 44 mil postos de trabalho. E está em linha com a Nova Indústria Brasil, política industrial que tem, entre suas missões, metas de descarbonização, de inovação, aumento da competitividade, das exportaçções e ampliação da soberania nacional.

Segundo a Petrobras, os quatro navios contratados pela Transpetro vão contemplar soluções que garantem maior eficiência energética e menor emissão de gases que provocam o efeito estufa. Além disso, as embarcações poderão ser abastecidas com bunker (óleo combustível marítimo) ou biocombustíveis. Como resultado, estima-se reduzir em 30% as emissões em relação aos atuais navios da frota, atendendo às determinações da Organização Marítima Internacional (IMO).

Participaram também do evento a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, e o presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, além de vários ministros e autoridades locais. Esse é o primeiro contrato a ser assinado pela Transpetro no âmbito do Programa de Renovação e Ampliação da Frota do Sistema Petrobras. A companhia lançou na semana passada a licitação para aquisição de oito navios gaseiros dentro do mesmo Programa.

Frota própria

“Para nós, é fundamental ampliar a frota própria de navios e reduzir nossos custos com afretamentos, porque nossa produção e nossa capacidade de refino vão aumentar nos próximos anos. No âmbito do programa de renovação e ampliação da frota, estamos contratando 44 embarcações, que serão fundamentais para apoiar nossas operações. Todas já estão contratadas ou estão em processo de licitação. São investimentos de R$ 23 bilhões, um forte incentivo para o desenvolvimento da indústria naval nacional”, explica Magda Chambriard.

O presidente da Transpetro, Sérgio Bacci, ressalta que essa é apenas a primeira contratação prevista pela companhia. “A aquisição dos navios da classe Handy é apenas o começo da renovação e ampliação da nossa frota. Na semana passada, em Angra dos Reis, lançamos a licitação de mais oito gaseiros. E pretendemos lançar futuramente licitações para contratar pelo menos mais 13 embarcações até 2026, ampliando a capacidade logística da Transpetro em até 25%”, afirma Bacci.”

A renovação da frota foi viabilizada pela Lei nº 15.075/2024 e o Decreto nº 12.242/2024, que estabeleceram quotas diferenciadas de depreciação acelerada para navios-tanque novos produzidos no Brasil, minimizando a dependência externa de importações desses navios-tanque. Com o benefício fiscal da depreciação acelerada, empresas do setor podem deduzir mais rapidamente os custos de aquisição e manutenção de navios-tanque, tornando os investimentos na frota marítima desse segmento mais atraentes.

Link: https://www.gov.br/mdic/pt-br/assuntos/noticias/2025/fevereiro/ao-lado-de-lula-alckmin-participa-de-assinatura-de-contrato-de-ampliacao-da-frota-da-petrobras-e-transpetro

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