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Indiciada por fraude, presidente da OCB concorre à reeleição

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Por SELES NAFESNa próxima terça-feira (30), a Organização das Cooperativas do Brasil no Amapá (OCB) deve reconduzir, em eleição, a atual presidente da entidade, Maria das Dores do Nascimento, mesmo após ela ter sido indiciada por fraude em registro ilegal de uma cooperativa na Junta Comercial do Amapá e de supostas assembleias irregulares ocorridas este ano. O inquérito, que corre em segredo de justiça, foi encaminhado pela Polícia Civil ao Ministério Público do Estado, e o Portal SN teve acesso a todos os depoimentos e documentos apresentados.As investigações começaram no dia 07 de fevereiro quando foi registrado um boletim de ocorrência pela presidente da Cooperativa de Condutores de Transportes Escolares de Macapá (Coopes), Raylana Minelli Abdon da Silva Melo.Ela procurou a 7ª Delegacia de Polícia de Macapá para afirmar que o edital que convocou duas assembleias (extraordinária e ordinária) no dia 17 de janeiro de 2024 continha as assinaturas dela e de Anilo Pessoa Chermont, falecido em outubro de 2021 aos 62 anos. Ela afirmou que as duas assinaturas eram falsas.Em depoimento ao delegado Sandro Torrinha, a presidente da Coopes apresentou um atestado de óbito confirmando que Anilo Chermont não poderia ter assinado o edital de convocação. A viúva também prestou depoimento.Outra informação falsa teria sido o endereço das supostas assembleias, a casa da sogra dela que também é falecida. O imóvel foi vendido há cerca de 20 anos.Ainda em depoimento, Raylana informou que nenhum membro da cooperativa teve conhecimento das supostas assembleias.Parte da certidão de óbito de um dos cooperados: assinatura dele teria sido usada um ano depois de sua morteDelegado Sandro Torrinha conduziu o inquéritoDesligamentoRaylana afirmou que em 2022 entregou à presidente da OCB as cartas de desligamento e encerramento da Cooperativa de Condutores Escolares. Maria do Nascimento teria informado que comunicaria o desligamento na Junta Comercial do Amapá (Jucap), o que não ocorreu.As assinaturas no edital das assembleia teriam sido recortadas dos documentos entregues por Raylana para o encerramento da cooperativa, e que deveriam ter sido protocolados na Jucap.Recortes de documentosA presidente da OCB prestou depoimento e negou as acusações. Ela disse não saber como as assinaturas falsificadas foram parar no edital de convocação, já que as assinaturas são colhidas eletronicamente ou de forma presencial. A função dela, como presidente, seria apenas encaminhar o edital para publicação em jornal de circulação. Ela também alegou estar sendo vítima de perseguição.Maria do Nascimento também informou que não sabia do falecimento de Anilo Chermont em 2021, e negou que tenha atuado na confecção do edital.Eleição está marcada para a próxima terça-feira (30), se não houve uma reviravolta judicial. Foto: Arquivo SNDurante o inquérito, um dos conselheiros da OCB apontou para a suspeita de a fraude ter sido cometida para viabilizar a participação de um sindicato na licitação do transporte escolar do Estado, que ainda será realizada. O certame vai contratar mais de 1 mil veículos. Com os documentos fraudados e entregues na Junta Comercial, o sindicato teria absorvido a Coopes.O delegado Sandro Torrinha encaminhou o inquérito com o indiciamento da presidente da OCB para o Ministério Público.Por enquanto, a eleição da próxima terça-feira está mantida. Maria do Nascimento é a única candidata com chapa inscrita. O Portal SN também apurou que ela tem votos suficientes para a recondução entre as 35 cooperativas com registros regulares na organização, de um total de 174 cooperativas.

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