O Banco de Leite Humano do Amapá (BLH) registra baixo estoque e enfrenta dificuldades para suprir a demanda. Por isso, o Governo do Estado intensificou as ações para aumentar as doações, entre as estratégias está a coleta domiciliar onde uma equipe vai até a voluntária para recolher o leite e levar orientações.
A medida garante que o Banco de Leite continue atendendo as solicitações, principalmente para alimentar crianças internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI neonatal) do Hospital da Mulher Mãe Luzia.
Atender em casa é uma forma de garantir o estoque, e orientar sobre a coleta e o armazenamento adequado do leite. O serviço pode ser solicitado por telefone. Foi o que fez a a jovem Lorena Brito, de 25 anos, após ficar sabendo da novidade pela televisão. Ela resolveu ligar e se tornou uma voluntária.
“Me tornei doadora a pouco mais de cinco meses. Hoje a equipe do Banco de Leite veio mais uma vez em casa, entreguei 250 ml, quantidade para alimentar cerca de cinco bebês prematuros, estou feliz em poder ajudar”, disse Lorena, que aprovou a facilidade de receber a equipe na própria casa.
Já a mamãe Thaís Waine Machado, de 27 anos, conheceu o serviço quando se internou na maternidade Mãe Luzia para ter o filho. Ela relatou que produz leite materno em alta escala e por isso decidiu doar para ajudar no desenvolvimento de outras crianças.
Rico em nutrientes e anticorpos, o leite materno é o alimento ideal para recém-nascidos e essencial para a recuperação de bebês prematuros.
“Recebo o kit de retirada do leite duas vezes na semana. A equipe do banco de leite me orientou como devo fazer com higiene e cuidado. Me sinto bem em poder ajudar outras crianças”, reforça Thaís.
Considerado como o melhor e mais completo alimento, o leite materno é fundamental para a saúde e o desenvolvimento de bebês, pois fortalece o sistema imunológico, diminui os riscos de obesidade, de diabetes, casos de diarreia, infecções respiratórias, hipertensão e colesterol alto, além de reduzir em 13% a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos.
Uma voluntária com orgulho é Etacyara Priscila Carvalho, de 30 anos. Ela sabe bem da importância de amamentar o filho, principalmente porque a criança nasceu prematura, com 32 semanas.
“Meu bebê está internado na maternidade, venho aqui no banco três vezes ao dia tirar meu leite para alimentá-lo por meio de uma sonda. Fico feliz de poder dar a ele meu leite e sei que logo ele vai mamar no meu peito”, disse Etacyara.
A amamentação iniciada logo após o nascimento do bebê pode diminuir a mortalidade neonatal, que acontece até o 28º dia de vida, e, para as mulheres, reduz o risco de desenvolvimento do câncer de útero e câncer de mama.
O trabalho das equipes de saúde consiste ainda em captar novas voluntárias. A responsável técnica do Banco de Leite Humano, Darcineyde Dias, explica que a coleta domiciliar tem apresentado resultados significativos.
“Com este trabalho, evitamos o deslocamento da mulher, que em alguns casos não tem transporte para ir até ao banco ou enfrenta outras dificuldades para se locomover”, explicou Darcineyde.
Processo de doação
O leite é doado por mães que estão amamentando. A coleta é feita após as mamadas do próprio filho, aos poucos, até que o recipiente esteja cheio ou pelas mulheres que produzem muito leite e já alimentaram seu bebê.
A prioridade para o serviço são mulheres com até sete dias de pós-parto, e que passaram por cesariana. No Banco de Leite, a doação passa por um rigoroso controle de qualidade e processo de pasteurização antes de ser utilizado.
Serviço
O Banco de Leite Humano funciona 24h e está localizado na Av. FAB, 81, no Centro de Macapá. A unidade atua de segunda a sexta, pela manhã é realizado o atendimento domiciliar para as mães com dificuldades com amamentação, e no período da tarde, é feita a coleta das doações nas casas.
As lactantes interessadas em solicitar o apoio das equipes do Banco de Leite Humano, basta solicitar o serviço pelos números (96) 98403-2283 e (96) 98115-9018.