Além de atender as demandas de urgência e alta complexidade da população, o Hospital de Emergências (HE) de Macapá também funciona como uma escola para os estudantes de medicina. No último ano de especialização, o médico residente em ortopedia e traumatologia Cleiton Maia, de 35 anos, encontrou o local ideal para desenvolver as habilidades cirúrgicas, sob orientação e acompanhamento de profissionais de saúde e professores.
Para Maia, o ambiente hospitalar revitalizado pelo Governo do Estado não só permite contribuir para o tratamento dos pacientes por meio de cirurgias ortopédicas, mas também desempenha um papel fundamental na formação como profissional de saúde.
“O HE é um espaço onde a gente consegue aprimorar nossa técnica cirúrgica e coloca em prática o que a gente aprende diariamente, além de proporcionar ao paciente um atendimento humanizado. Aqui temos um fluxo de cirurgia muito intenso, onde conseguimos ajudar o paciente e contribuir com a nossa formação acadêmica”, reforça Maia.
A Residência Médica é o período que corresponde à especialização do profissional em uma área de atuação após a faculdade. Quando concluída, a etapa confere ao médico residente o título de especialista em sua área de escolha. No HE, os futuros médicos passam um período de duas semanas em grupos que se atualizam toda semana.
“Eles têm a oportunidade de vivenciar nossa rotina e aliar teoria que viram dentro da sala de aula com a prática que vão vivenciar daqui alguns anos como futuros médicos. É uma questão muito importante para aprimoramento, conhecimento técnico e aprendizado desses alunos”, destaca o coordenador do Centro Cirúrgico do HE e médico ortopedista, Isnard Junior.
No quinto ano da faculdade de medicina, a residente Juliana Brito, de 24 anos, deseja se especializar em ortopedia e traumatologia. No centro cirúrgico do HE, onde a estudante reside, são cerca de 25 cirurgias diárias, das quais 12 são ortopédicas. Durante os procedimentos, ela conta que consegue pôr em prática tudo o que aprendeu durante o curso.
“Uma experiência muito importante para a gente, pois basicamente tudo o que vemos dentro do curso de medicina nós conseguimos colocar em prática no centro cirúrgico, isso facilita para a gente assimilar o conhecimento nos tornando melhores profissionais futuramente”, pontua Juliana.
Menos espera, mais cirurgias
Desde janeiro de 2023, o Governo do Amapá já investiu R$ 1,7 bilhão na saúde pública. Somente no HE, o programa Zera Fila garantiu mais de 2,9 mil procedimentos ortopédicos. Além do mutirão de cirurgias, a unidade de saúde recebe melhorias estruturais.
Com novas salas, mais equipamentos e melhor operacionalização da equipe médica, a capacidade para cirurgias aumentou em 25% e o tempo de espera diminuiu consideravelmente comparado aos anos anteriores.
Antes, os pacientes precisavam aguardar até quatro semanas para realizar uma cirurgia. Atualmente, são, em média, 48 horas de espera. Na unidade, são realizadas cerca de 500 cirurgias por mês, estimativa que representa o dobro da capacidade de procedimentos há dois anos.