A agremiação promete ecoar o grito de resistência contra a discriminação e o preconceito no dia 10 de fevereiro, no Sambódromo, em Macapá.
Com o enredo “Vozes”, a escola mostra que historicamente elas são silenciadas, mas resistiram bravamente ao longo do tempo, e reacenderão sob as chamas azul e vermelha do pavilhão na Avenida Ivaldo Veras, em um manifesto contra o preconceito racial, religioso e cultural e promoção da igualdade.
O amor, considerado o sentimento mais puro do ser humano, será representado pela inocência do bebê trazido no bico da ave sagrada, mascote da agremiação. A Emissários traz a mensagem de sensibilização pela luta coletiva e social, perpassando pelo passado, presente e futuro, como conta o diretor-geral de carnaval da escola, Marquinhos Inova.
“São várias vozes que a mensagem traz para a avenida, mostrando por meio de um belo desfile que é possível sim ter o mundo melhor, desde que tenha respeito e, acima de tudo, amor. Então essa é a mensagem mais forte, de um enredo muito forte e belíssimo. Nossa proposta é realizar um grande desfile e contagiar todos”, destaca o diretor.
Outros carnavais
A escola nasceu do bloco carnavalesco “Coqueiro Verde”, que foi criado no bairro Trem, na Zona Sul de Macapá. Os foliões brincavam próximo ao lago onde atualmente é a Praça Floriano Peixoto. Mas a brincadeira ficou séria e os foliões Luiz Amanajás da Silva, Nilton Cezar Teixeira Cardoso e Washington Fernando de Lima Ferreira resolveram criar o Grêmio Recreativo Escola de Samba Emissários da Cegonha, em janeiro de 1973.
Em 1975, o bloco iniciou a participação efetiva nas competições oficiais do carnaval de rua da capital e logo teve grande aceitação popular. A agremiação possui no acervo os títulos de campeão nos anos 1992, 1994, 1998, 2000 e 2020, quando protagonizou um momento histórico ao desfilar na Rua Victa Mota Dias, em virtude do Sambódromo oficial não ter condições estruturais para o desfile das escolas de sambas
No Carnaval de 2023, a escola abriu as apresentações do Grupo Especial, com o enredo “O novo nasce a cada amanhecer, o que hoje é impossível, amanhã poderá não ser”.
Ficha técnica:
Diretor-geral de carnaval: Marquinhos Inova
Brincantes: 1.150
Alas: 9
Alegorias: 30 apoios
Vozes
Compositores: Wilson Cardoso e Marquinhos Inova
Intérprete oficial: Helinho Moreno
Nossas vozes vão calar o preconceito,
Que fere o peito com essa discriminação.
Meu “Emissários” entoa forte no seu canto
O tom maior que tocará seu coração.
Senhor, farol que ilumina meu caminho.
A humilhação dói, rogai por nós, ó pai!
Chega de mordaças e cicatrizes!
Vozes querem ser ouvidas.
Nos ensine a caminhar
Nas águas deste mar de opressão.
Perdão senhor! Na cruz chora o meu coração.
Sangra e, em oração, eu peço paz.
Eu sei que esse dia irá clarear,
O mundo tem de se acordar!
Pro amor e pra vida.
Nossas vozes farão perceber,
Que, entre amar e sofrer,
Há presença divina.
Então a intolerância se apagará,
A inclusão acenderá,
O respeito e a celebração.
Terá festa no canjerê,
Parada e marcha ao luar,
Turé ao som do tambor,
Traga as saias pra rodar.
Aguardem povo de fé,
Com um sorriso no olhar.
O amor estará com vocês,
E assim pra sempre será.
Carnaval 2024
O Governo do Amapá fez o repasse de R$ 4,5 milhões para o Carnaval 2024. O investimento, fruto de articulação do senador Davi Alcolumbre, foi entregue diretamente às 10 agremiações em uma parcela única, por meio da Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá (Liesap). A programação também conta com o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Confira a ordem dos desfiles do Carnaval 2024 no Amapá:
Sexta-feira, 9 de fevereiro
- Embaixada de Samba – 22h
- Império da Zona Norte – 23h35
- Império do Povo – 1h10
- Piratas Estilizados – 2h45
- Boêmios do Laguinho – 4h20
Sábado, 10 de fevereiro
- Emissários da Cegonha – 22h
- Solidariedade – 23h35
- Maracatu da Favela – 1h10
- Unidos do Buritizal – 2h45
- Piratas da Batucada – 4h20