Por CAROLINA MACHADONúmeros dos primeiros meses do ano da Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher (DECCM) mostram os casos de violência doméstica ainda imperam.Segundo os dados, nesses oito meses de 2023, foram registradas 3.350 ocorrências. Desse número, 2.559 foram de violência doméstica, o que representa 76,3% do total de casos.Em relação ao mesmo período do ano de 2022, a Delegacia obteve o registro de 3.614 casos de violência contra a mulher, onde 2.624 foram de violência doméstica, aproximadamente 73% do total.A delegada titular da DECCM, Marina Guimarães, apesar da pequena redução percentual no período – apenas 3,3 % – os números apontam que as mulheres estão mais conscientes e denunciando mais.Delegada Marina: “As agressões verbais e a violência psicológica têm sido bastante denunciadas”“É muito importante destacar que hoje vemos que as mulheres estão mais conscientes do que é uma violência doméstica. Hoje conseguem perceber quando estão passando por um ciclo de violência e tem vindo denunciar mesmo as situações menos graves”, expôs.Marina Guimarães também fala da importância desse comportamento das mulheres em denunciar as violências menos graves. Para ela, isso tem sido essencial para que os casos não cheguem a situações graves como o feminicídio.“As agressões verbais e a violência psicológica têm sido bastante denunciadas. Vemos que as campanhas de conscientização estão surtindo efeito, porque a mulher está entendendo quando passa por esse ciclo de violência. E isso tem sido muito importante para que casos assim não cheguem a um feminicídio, que é muito mais grave”.A delegada também revela que violência contra a mulher ocorre em qualquer classe social e que as vítimas não possuem não possui um perfil determinado.Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher fica localizada na Rua São José, bairro Central, Macapá. Fotos: Carolina Machado/SN“Existe um perfil de crimes praticados. Então a maioria dos registros estão relacionados à calúnia, injúria, difamação. Então, isso é sinal que elas estão denunciando desde o início, o que já impede que elas sejam vítimas de um feminicídio futuro”, explicou Marina Guimarães.A delegada, que assumiu no último mês a DECCM, conta que planeja realizar nas escolas públicas do estado um trabalho de conscientização por meio de palestras.“Temos que trabalhar desde cedo a conscientização. Mostrar desde cedo o que é a violência contra a mulher para que cresçam tendo essa consciência”.A Delegacia Especializada em Crimes Contra a Mulher fica localizada na Rua São José, bairro Central, Macapá.
Violência em casa ainda impera, apontam dados da Delegacia da Mulher
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