A Caixa Econômica Federal enviou um e-mail ao Movimento de Moradia do Amapá garantindo que o Residencial Janary Nunes, um dos empreendimentos mais aguardados no estado, seria entregue em agosto de 2025. No entanto, fontes próximas ao processo confirmaram ao nosso veículo que a instituição não cumprirá o prazo e que a obra só será concluída em maio de 2026, em pleno ano eleitoral.
A demora no projeto, que já enfrenta anos de atraso, está sendo vista como uma jogada política da Caixa contra os moradores e o desenvolvimento de Macapá. Segundo lideranças do movimento, a instituição federal sabotaria a entrega para prejudicar a gestão municipal, transferindo sistematicamente a culpa para a Prefeitura de Macapá.
Jogo de empurra e desgaste
Membros do movimento acusam a Caixa de criar obstáculos burocráticos a cada mês. “Sempre surge uma nova exigência, um novo problema. E a responsabilidade, segundo eles, é sempre da prefeitura”, denuncia um representante dos moradores, que preferiu não se identificar.
A situação tem gerado revolta entre as famílias que aguardam há anos por um teto. “Estamos cansados de promessas vazias. A Caixa age como se estivesse brincando com a necessidade do povo“, desabafa uma das inscritas no programa.
Medidas drásticas e possível conflito
Diante do descumprimento reiterado de prazos, o Movimento de Moradia adiantou que tomará medidas mais duras nas próximas semanas, incluindo protestos e ocupações. “Infelizmente, isso pode acabar em caso de polícia, mas não temos mais escolha”, alerta uma liderança.
Enquanto isso, a Caixa Econômica Federal não se pronunciou oficialmente sobre as denúncias. Já a Prefeitura de Macapá afirma que está cumprindo todas as exigências e que o atraso não parte de sua gestão.
Com a proximidade das eleições de 2026, a demora na entrega do residencial pode se tornar um trunfo político para alguns e um pesadelo para outros. Enquanto isso, centenas de famílias seguem esperando por justiça — e por suas casas.
O que diz a lei?
Especialistas em direito urbanístico afirmam que os moradores podem entrar na Justiça por danos morais coletivos e exigir indenizações pelo descumprimento de contrato. A pressão popular, no entanto, parece ser a única arma imediata contra o que classificam como “jogo sujo” da Caixa.
A reportagem tentou contato com a assessoria da Caixa no Amapá, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.