Um forte terremoto de magnitude 7,7 atingiu Mianmar nesta sexta-feira (28), deixando ao menos 144 mortos e causando destruição em diversas regiões do país, já fragilizado por anos de guerra civil. O chefe da junta militar que governa o país, Min Aung Hlaing, declarou que o número de vítimas deve aumentar e fez um apelo incomum por ajuda internacional. O epicentro do terremoto foi registrado a 16 quilômetros da cidade de Sagaing, a uma profundidade de 10 quilômetros, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS). O tremor ocorreu às 12h50 no horário local (3h20 em Brasília) e foi seguido por uma réplica de magnitude 6,4. A força do abalo sísmico causou rachaduras profundas em estradas, derrubou prédios e destruiu a histórica Ponte Ava. O impacto foi sentido na capital Naypyidaw, onde o hospital geral recebeu centenas de vítimas. Devido à superlotação, muitos feridos foram atendidos em áreas externas da unidade de saúde, em condições precárias. Na vizinha Tailândia, os tremores também foram sentidos com força. Em Bangcoc, um arranha-céu em construção desabou, deixando oito mortos e dezenas de trabalhadores presos sob os escombros. As autoridades locais declararam estado de emergência na capital. O terremoto também foi percebido na província chinesa de Yunnan, na fronteira com Mianmar. A União Europeia, a França e a Índia manifestaram disposição para enviar ajuda ao país, que enfrenta dificuldades estruturais agravadas por quatro anos de conflito interno. Mianmar está localizado sobre a falha de Sagaing, uma das regiões sísmicas mais ativas do mundo. O desenvolvimento acelerado das cidades birmanesas, aliado à precariedade das infraestruturas e ao planejamento urbano deficiente, torna o país especialmente vulnerável a abalos sísmicos e outros desastres naturais. Visualizações 6 Anúncios