Denúncias de pornografia infantil no Telegram crescem 78% em 2024

Denúncias de grupos e canais que divulgam imagens de abuso e exploração sexual infantil no Telegram aumentaram 78% entre o 1º e o 2º semestre de 2024, conforme relatório da SaferNet, uma ONG (Organização Não Governamental) brasileira, divulgado nesta 3ª feira (11.fev.2025). O dado foi compartilhado durante um evento sobre o Dia Internacional da Internet Segura, realizado em São Paulo até 4ª feira (12.fev). Para a ONG, quem consome mídias de violência sexual infantil é cúmplice do abuso e da exploração sexual infantil. Foi identificado ainda um crescimento de grupos e canais denunciados –de 874 para 1.043– dos quais 349 permaneciam ativos ou em funcionamento sem moderação da plataforma. De acordo com as informações da organização, participam dessas comunidades mais de 2 milhões de pessoas, passando de 1,25 milhão para 1,4 milhão no 2º semestre de 2024. “Estamos diante de um problema em larga escala. E esta é uma plataforma que continua a operar com baixíssimo nível ou quase nenhum nível de compliance de conformidade com as leis do país e com moderação de conteúdo precário”, disse Thiago Tavares, Presidente da SaferNet Brasil. Os arquivos são comercializados no Telegram por meio de “estrelas“, a moeda virtual da plataforma. A rede social, que não é registrada no Banco Central do Brasil, opera com 23 provedores de serviços financeiros, na Rússia, Hong Kong, Chipre e outros –a maioria em paraísos fiscais, facilitando transações ilegais via criptomoedas. “A empresa usa processadores de pagamentos brasileiros, não cadastrados no Banco Central, e alguns estão processando pagamentos até mesmo em real”, completou o Presidente da Organização. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) do Brasil considera crime a venda, exposição e posse de arquivos que tenham cenas de sexo explícito envolvendo crianças e adolescentes. Apesar do Telegram afirmar ter uma política de tolerância zero para pornografia ilegal, utilizando moderação humana, ferramentas de IA e denúncias de usuários, Tavares aponta para uma discrepância entre as ações anunciadas pela empresa e as evidências coletadas. É possível denunciar as páginas na Central Nacional de Denúncias da Safernet Brasil, que é conveniada com o Ministério Público Federal, além de reportar os conteúdos na própria plataforma da rede social por meio dos botões de “Denunciar“, tocando ou pressionando a mensagem. Poder 360 Visualizações 7 Anúncios

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