Mentiras que não se sustentam
A oposição tenta reescrever a história com slogans enganosos, mas os números não mentem. A inflação dos alimentos no governo Bolsonaro foi três vezes maior do que no governo Lula. E enquanto o atual governo trabalha para recompor o poder de compra dos trabalhadores, o anterior deixou um rastro de inflação, fome e humilhação. A “comida barata” no governo anterior não passou de uma bravata. A realidade é bem diferente.
Da Redação
A cena seria cômica, não fosse trágica. Enquanto deputados bolsonaristas desfilavam esta semana pelo plenário da Câmara com bonés estampando o slogan “Comida barata novamente”, os números gritam uma realidade bem diferente. Durante os quatro anos do governo Bolsonaro, a inflação dos alimentos acumulou alta de 57%, conforme dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Em 2022, o índice atingiu quase 12%, após alcançar 14% no primeiro ano da pandemia, em 2020. O consumo de carne bovina per capita caiu de 35,5 kg por habitante em 2018 para 28,2 kg em 2022. A promessa de um retorno da comida barata, alardeada pelos bolsonaristas, não passa de uma bravata, uma fake news sem qualquer base na realidade.
A gasolina, que chegou a ultrapassar R$ 8, foi apenas um dos muitos símbolos da crise econômica que atingiu em cheio o bolso dos brasileiros entre 2019 e 2022. Mas o maior impacto veio mesmo dos alimentos. O arroz, o feijão, o óleo de soja e outros produtos essenciais se tornaram artigos de luxo para milhões de famílias. O consumo de carne bovina, por exemplo, caiu 20% durante o governo anterior, segundo dados do IBGE. E as cenas de brasileiros disputando ossos em açougues marcaram a volta da fome ao país.
Enquanto isso, o salário mínimo perdia poder de compra. Bolsonaro congelou o aumento do piso acima da inflação, empurrando milhões de famílias para a fila do osso, como denunciou a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, em suas redes sociais. “Quem tirou comida da mesa e colocou o povo na fila do osso foi Jair Messias Bolsonaro e seu ministro da destruição da economia, Paulo Guedes”, escreveu. “Nos quatro anos de seu desgoverno, a inflação dos alimentos acumulou 57% segundo a Fipe. O inelegível e seus comparsas não têm autoridade para cobrar nem prometer o que nunca entregaram: alimento mais barato.”
Desmonte da segurança alimentar
Com Bolsonaro, o incentivo ao pequeno produtor foi dizimado: caiu de R$ 1,3 bilhão em 2014 para apenas R$ 151 milhões em 2020. O programa de cisternas, fundamental para a segurança hídrica no semiárido, foi praticamente abandonado, com recursos reduzidos de R$ 643 milhões para R$ 74 milhões no mesmo período.
Enquanto isso, a política agrícola priorizou a exportação. A área plantada de arroz e feijão despencaram. Em contrapartida, a soja e o milho, culturas voltadas para o mercado externo, dispararam. O resultado foi uma oferta reduzida de alimentos essenciais na mesa do povo e preços nas alturas. E o pior: o retorno do Brasil ao famigerado Mapa da Fome, do qual havia saído em 2014, no governo Dilma Rousseff.
No governo Lula, mais comida na mesa
Lula vem revertendo esse quadro com investimentos concretos. O Plano Safra da Agricultura Familiar foi retomado, garantindo crédito e assistência para quem produz alimentos para o mercado interno. O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que compra produtos da agricultura familiar para distribuir em escolas e comunidades vulneráveis, voltou a operar com força total.
O governo está atento a fatores que influenciam a alta dos preços, como a valorização do dólar e eventos climáticos adversos, e estuda medidas para minimizar seus efeitos. E também retomou a política de estoques reguladores, evitando oscilações bruscas nos preços e protegendo a segurança alimentar dos brasileiros.
Além disso, desde o início de 2023 a administração federal vem adotando medidas para recompor o poder de compra dos trabalhadores. Em 2025, o salário mínimo foi reajustado em 7,5%, acima da inflação de 4,83%. O governo vem trabalhando para aumentar a produção de alimentos, com medidas como a redução dos juros para a produção de arroz e feijão. A expectativa é que, com a volta das chuvas, produtos alimentícios tenham uma safra recorde e preços menores nos próximos meses.
Mais repercussões
No canal Globonews, a jornalista Miriam Leitão comentou sobre a inflação dos alimentos e a fake news bolsonarista. “Olha que coisa interessante, né, para a oposição que está lá falando da comida barata de novo, que quer voltar. Entre 2020 e 2022, no governo Jair Bolsonaro, o grupo de alimentação no domicílio acumulou uma alta de preços mais de duas vezes superior à variação do IPCA (…) A alimentação no domicílio subiu 44% nesses três anos, cereais e leguminosas, 50%, a carne subiu 30%, raízes e legumes, 115%”, relatou.
Em seguida, Leitão falou sobre o governo Lula. “Em 2023, teve uma queda forte no preço de alimentos, no preço da picanha, teve deflação de carnes. E no ano passado, 2024, teve um reverso do ciclo do boi e aí o preço de alimentos subiu (…), mas o momento em que os alimentos ficaram com preços baixos foi em 2023, no governo Lula. A inflação de alimentos explodiu no governo Bolsonaro”, finalizou.
O deputado federal (PR/RJ) e líder do PT na câmara, Lindbergh Farias, publicou um vídeo em suas redes sociais comentando o episódio dos bonés bolsonaristas e trazendo dados reais sobre a diferença entre os dois governos. “Gente, é muita cara de pau. Sabe quanto foi a inflação de alimentos nos quatro anos de Bolsonaro? 56.1%. Nos dois primeiros anos, foi 27.4%, nos dois seguintes, 22,5%. Sabe quanto nos dois primeiros do governo Lula? 7.6%”.
E continuou. “No primeiro ano do Lula teve deflação de 0,52%. Ou seja, os produtos baixaram o preço. Esse ano teve um aumento de 8%. A diferença é que o presidente Lula está fazendo de tudo para resolver esse problema. Está preocupado com isso, mandou os ministros construírem um programa dando crédito mais barato para a produção de arroz e feijão (…) Agora, diferente do Bolsonaro, a gente tem um presidente preocupado com essas pessoas. Não tem a fila do osso”.