O Dia de Iemanjá, celebrado na noite deste domingo (2), com homenagens à rainha do mar, marcou o início das festividades de aniversário dos 267 anos de Macapá. Milhares de fiéis se reuniram no Trapiche Eliezer Levy, em frente ao rio Amazonas, para as festividades, rituais e oferendas à divindade africana, cultuada pelo Candomblé e Umbanda e outras religiões afro-brasileiras.
O evento é uma iniciativa da Prefeitura de Macapá, por meio do Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (IMPROIR) em parceria com a Federação de Cultura Afro-Religiosa de Umbanda e Mina Nagô – FECARUMINA, e contou com a presença de 25 terreiros da capital e do Estado.
A cerimônia foi aberta pelo Pai de Santo Marcos José Ribeiro (Pai Marcos), que ressaltou a grandiosidade do momento que exalta e valoriza as tradições das religiões de matriz africana.
A diretora-presidente Cristina Almeida, do Instituto Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (IMPROIR), falou da importância do festival para o combate à intolerância religiosa.
“Este é um momento belíssimo, de saudar Iemanjá e reafirmar o compromisso da Prefeitura no combate à intolerância religiosa, valorizando o direito ao culto aos orixás, e a importância das tradições de matriz africana para a história da humanidade”, destacou a diretora.
A abertura da festividade contou com rezas, entrada da imagem de Iemanjá, apresentação no Kêtu e na Nação Angola, louvores dos sacerdotes e sacerdotisas, e a entrega das oferendas no ritual Nagô. Danças e cantos foram entoados durante toda a programação.
Mãe Jaguarema de Ogum, do Terreiro de Mina Nagô Santa Bárbara, falou sobre sua participação no evento.
“Sou filha biológica da saudosa Mãe Dulce, que foi a primeira sacerdotisa a troar o Tambor de Mina, e para nós é uma satisfação estar aqui neste momento, nos confraternizando com nossos irmãos e irmãs e saudando a nossa Mães Iemanjá”, ressaltou.
A festa já é tradição no município de Macapá como uma importante manifestação cultural, e tem como objetivo cultuar Iemanjá (divindade africana) considerada a Rainha dos Mares e Protetora dos Pescadores, sendo o “rio-mar” uma parte importante da história do povo.
Para os fiéis, Iemanjá é considerada generosa, protege pescadores, zela pelo amor e pela fertilidade e sabe retribuir os presentes ofertados. Os grandes rios e os mares são os locais escolhidos para as celebrações à orixá.
No sincretismo religioso ela tem identidade correspondente à Nossa Senhora do Navegantes, Nossa Senhora de Candeias, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria.
A programação de aniversário de Macapá, continua na segunda-feira (3), com um Seminário sobre Desenvolvimento Econômico. O Mercado Central recebe exposição, apresentações de artistas locais e a Feira Macapá Criativa, onde serão comercializados artesanatos, comidas e bebidas. E no Batistério Municipal será realizado o culto em comemoração ao aniversário da cidade.
Todos os artistas locais que participam da programação dos 267 anos de Macapá, são credenciados pelo Edital nº 003/2023, da Fundação Municipal de Cultura (FUMCULT). E os empreendedores nos locais dos eventos são credenciados pela Secretaria Municipal do Trabalho, Desenvolvimento Econômico e Inovação – SEMTRADI.