As obras na BR-156, rodovia essencial para ligar o Amapá ao restante do Brasil, foram retomadas. O ministro dos Transportes, Renan Filho, assinou ordens de serviço autorizando o início das obras de melhoramento, atualização e pavimentação da rodovia e realocação das aldeias, no trecho norte dessa rodovia, entre Macapá e Oiapoque, durante visita ao estado nesta segunda-feira, 25, atendendo uma demanda histórica da população amapaense.
“Nós fizemos um acordo: a comunidade indígena que vai perder parte de sua vila, vai ter a sua vila reconstruída. Serão destinados R$65 milhões para realocar as comunidades que estão em todo o entorno da BR-156. Com isso a gente conseguiu a licença, atendeu o anseio das comunidades indígenas que estavam se sentindo expropriadas, e atendeu também a necessidade de desenvolvimento do estado”, destacou o ministro Renan Filho, na cerimônia de início das obras.
A pavimentação vai do km 687,73 ao km 743,73 da BR-156, totalizando 56,04 quilômetros. Nesse trecho foram realocadas cerca de sete aldeias: Tukay, Samaúma, Ywawka, Ahumã, Estrela, Karià e Anawerá, localizadas entre os km 714,73 e km 770,73, às margens da rodovia.
O processo com os representantes das comunidades indígenas ocorreu com a assinatura do contrato, garantindo que a realocação e a supervisão das obras comecem em paralelo à pavimentação. Esse é um avanço significativo para atender as demandas das comunidades indígenas que vivem na região.
O investimento neste trecho norte, a realocação das aldeias e a supervisão das obras, chega a aproximadamente R$340 milhões. Esse montante representa um importante esforço para melhorar a infraestrutura e garantir o desenvolvimento sustentável ao longo da rodovia.
No trecho sul da rodovia estão sendo investidos aproximadamente R$283 milhões para pavimentação entre Macapá e Laranjal do Jari, que abrange 60,10 quilômetros, especificamente do km 27 ao km 87,10 próximos à comunidade Água Branca do Cajari. Ao todo, nos dois trechos citados, estão sendo investidos R$ 623 milhões via Novo PAC.
Além de Renan Filho, participaram da cerimônia o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, o governador do Amapá, Clécio Luís, os senadores Davi Alcolumbre e Randolfe Rodrigues, o diretor-geral do DNIT, Fabrício Galvão, deputados federais e autoridades locais. “É um sonho dos amapaenses, do Oiapoque ao Jari, dos povos indígenas e de quem mora nas cidades. É um dia histórico”, celebrou o governador do Amapá, Clécio Luís.
Melhorias na malha viária
As rodovias federais do Amapá atingiram patamar de 98,4% em bom estado, segundo o Índice de Condição de Manutenção (ICM), aferido pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em outubro de 2024. Vale destacar que o Amapá teve uma evolução expressiva, uma vez que esse estado estava com índice “bom” inferior a 40% em dezembro de 2022.
Esse indicador é obtido a partir de um processo meticuloso de apuração, que envolve a filmagem in loco dos segmentos rodoviários com câmeras de alta precisão.
“Em dois anos vamos aplicar mais recursos do que eles [governo anterior] aplicaram em quatro anos. Por isso a malha viária federal melhorou, mesmo a manutenção dos trechos não pavimentados melhorou”, explicou Renan Filho durante a cerimônia de início das obras na BR-156. Ele relata que vai dar continuidade aos investimentos necessários para melhorar os diversos trechos da rodovia: “A gente vai garantir um bilhão de reais de investimento por ano, com aproximadamente R$600 milhões garantidos pelo presidente Lula no orçamento, mais uma colaboração da bancada local e assim nós vamos finalmente terminar essas obras”, ressalta.
Expectativa
A pavimentação da BR-156/AP é uma obra muito aguardada pela população do Amapá, pois é uma via fundamental para o desenvolvimento econômico, social e logístico do estado, além de conectar o Brasil à Guiana Francesa e ao Estado do Pará. A pavimentação impulsionará o escoamento da produção agrícola, mineral e outros produtos.
Para chegar ou sair do Amapá atualmente é necessário utilizar transporte aéreo ou viário, o que aumenta a condição de isolamento desta região. A falta de asfaltamento em grande parte da BR-156 também dificulta a mobilidade para quem está dentro do próprio território amapaense, impondo riscos e aumentando consideravelmente o tempo de viagem.