No 1º Encontro dos Quilombos do Amapá o governador Clécio Luís ressaltou na sexta-feira, 8, a relevância do evento para discutir a realidade da população afro-amapaense, destacando a importância de construir um modelo de crescimento que respeite as particularidades da região, com base na identidade e cultura das mais de 40 comunidades remanescentes tituladas e certificadas no estado.
“Que esse encontro seja um momento de autoconhecimento, autodeterminação, respeito à ancestralidade e construção de boas propostas para o desenvolvimento. Somos um Estado que reconhece e valoriza suas áreas quilombolas, onde as pessoas ocupam seu espaço e se desenvolvem, tanto individualmente quanto em suas atividades econômicas possíveis”, pontuou o governador Clécio Luís.
Durante a cerimônia, o governador participou da assinatura do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que dará acesso a linhas de créditos às comunidades quilombolas, a entrega de quatro Cadastros Ambientais Rurais coletivos, que irá beneficiar 262 famílias, e do selo “Quilombos do Brasil”, do Governo Federal, que identifica produtos de origem étnica e territorial.
“Em nome do ministro Paulo Teixeira e do presidente Lula, reforçamos que isso demonstra o compromisso e dedicação aos povos quilombolas. Ficamos muito tempo sem avanços, mas agora voltamos mais fortes, graças ao seu governo e ao apoio do presidente Lula. E daqui em diante, seguiremos ainda mais fortes”, reforça o superintendente do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar no Amapá, Edivandro Vilhena.
Clécio Luís destacou as iniciativas como forma de fortalecer a economia dos quilombos mediante práticas sustentáveis. O gestor defendeu o direito dessas comunidades de propor modelos de desenvolvimento aos governos, visando criar oportunidades que mantenham os jovens em suas terras, evitando a migração para áreas urbanas.
“Tenho falado muito sobre desenvolvimento, mas é importante destacar que não pode ser de qualquer forma, nem com modelos importados. A Amazônia, que muitos ainda desconhecem, é também uma Amazônia negra. Temos que exaltar isso e lembrar que, sob essas copas de árvores, existem diversas comunidades quilombolas que lutam pelo direito de se desenvolver”, pontuou Clécio Luís.
Por priorizar o povo negro amapaense na promoção de políticas públicas afirmativas, o Amapá possui o status pleno no Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial (Senapir). A marca garante a prioridade no acesso a recursos federais para fomento de projetos. Com a participação de quatro municípios, o estado é o segundo do Brasil a alcançar a certificação.
1º Encontro dos Quilombos do Amapá
A programação acontece na comunidade do Rosa, no KM-24 da BR-156, na região rural de Macapá, e se estende até sábado 9. O evento é coordenado pela Fundação Estadual de Promoção da Igualdade Racial (Fundação Marabaixo), com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amapá (Fapeap), do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e da deputada estadual Dayse Marques.