Avaliação do Governo é que desinformação atrapalha esforço governamental para auxílio a vítimas em condições de extrema fragilidade

O Governo Federal decidiu agir de maneira contundente contra a onda crescente de desinformação que está prejudicando os esforços de socorro à população do Rio Grande do Sul, afetada por enchentes devastadoras. Na reunião emergencial da Sala de Situação, realizada nesta terça-feira (7), ficou claro o impacto negativo das notícias falsas nas operações de salvamento e acolhimento. O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, encaminhou ofício ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, solicitando a apuração de ilícitos.

Eu estou indignado mesmo. Acho que é uma sacanagem. Tem gente trabalhando 24 horas por dia, quatro dias sem dormir. As pessoas colocando a vida em risco para salvar as pessoas. Enquanto isso, há uma indústria de fake news alimentada por parlamentares, por influencers, por pessoas que se dedicam a atrapalhar o esforço que está sendo feito para salvar vidas”, afirmou Pimenta. “É por isso que vou notificar a Polícia Federal, a AGU, pedindo que se abra investigação, pedindo que se identifique os autores das mentiras, da dissimulação, porque elas estão sendo prejudiciais ao esforço que está sendo feito no Rio Grande do Sul, completou.

O ministro da Casa Civil, Rui Costa, destacou que não será tolerada qualquer tentativa de atrapalhar a organização e a comunicação das operações de resgate. “A AGU junto com o Ministério da Justiça irá acionar os órgãos competentes para apuração e responsabilização dos propagadores de mentiras. Estamos falando de vidas humanas, de uma sociedade exposta a uma calamidade dramática. Não nos permite que um absurdo como esse comprometa toda a organização e a comunicação.”

Desde o último fim de semana, a AGU montou uma equipe dedicada a identificar e acionar na justiça os responsáveis ​​pela divulgação de notícias falsas. O ministro da AGU, Jorge Messias, informou que as plataformas digitais serão notificadas ainda hoje para que retirem os conteúdos relevantes. “Vamos apresentar ações judiciais com um pedido de retirada de conteúdo, direito de resposta e indenização por dano moral e coletivo. O Ministério da Justiça também atuará contra quem está promovendo notícias falsas.”

A sala de situação confirmou que o trabalho conjunto das Forças Armadas já salvou cerca de 50 mil pessoas. Mesmo assim, ainda há uma demanda urgente por socorro, já que as enchentes afetam diretamente 385 dos 497 municípios gaúchos. Mais de 1 milhão de pessoas foram atingidas pela tragédia.

As equipes de segurança e resgate já estão trabalhando no limite, e a propagação dessas mentiras só aumenta o peso sobre suas operações. As ações conjuntas entre o governo e as autoridades locais buscam garantir que a população receba o auxílio necessário e permaneça informada com precisão.

A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) apresentou estudos sobre a situação do nível dos rios para os próximos dias. O prognóstico ainda é preocupante. O nível do rio Guaíba só deve descer a partir do dia 12, e a previsão é de que isso ocorra de modo lento. Os municípios próximos à Lagoa dos Patos têm alertas de alagamentos, por causa do pico de elevação do nível da água da Lagoa. São Leopoldo e Pelotas estão na zona de emergência. Espalhar desinformação não ajuda.

O Brasil Contra Fake esclareceu

Uma narrativa tão inconsequente quanto incoerente é a de que os helicópteros militares não estariam prestando socorro e que o Governo Federal não estaria permitindo aeronaves particulares atuarem nos resgates. A verdade é que a operação de socorro aos gaúchos está contando com 42 aeronaves de diversos órgãos do poder público (tanto militares quanto civis) além do apoio das frotas de empresas privadas e de particulares. 

Conteúdos maliciosos também criam narrativas falsas de que o Governo Federal estaria atrapalhando o envio de donativos para a região. A estrutura que o Governo Federal já possui estará à disposição da população que quer ajudar o Rio Grande do Sul. A informação foi detalhada pelo ministro da Secretaria Geral da União, Márcio Macedo. Ele explicou que será feita uma centralização de donativos através do site Brasil Participativo. “Vamos atuar em parceria com a Secretaria de Relações Institucionais (SRI), que faz o contato direto com os municípios. Assim, poderemos atualizar todo o país sobre o que doar, o que eles mais precisam naquele momento”, afirmou Márcio. O ministro também explicou que entidades parceiras estarão indicadas no site para que a população esteja segura em doar.

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