Da REDAÇÃOA relação entre Brasil e França e o futuro da fronteira entre o Amapá e a Guiana Francesa estiveram entre os principais temas do encontro ontem (28), em Brasília, entre os presidentes do Brasil e da França, com participação do governador do Amapá, Clécio Luís (SD). O encontro ocorreu no Senado.Emanoel Marcon defendeu a revisão do acordo comercial a ser fechado entre o Mercosul e a União Europeia e uma cooperação para combater o garimpo ilegal e pesca clandestina.“Quanto à questão do Mercosul, minha posição se alinha à pauta do Brasil, de que esse tipo de acordo deve fomentar a descarbonização, contudo, esse é um acordo de 20 anos atrás. Não quero que sejamos vistos como contrários ao comércio, queremos desenvolver também o ensino de português na França, assim como esperamos que o francês se desenvolva no Brasil”, ponderou.Os desafios globais que envolvem a Amazônia, como a proteção da biodiversidade e a transição ecológica, também dominaram os debates. Os chefes de estado assinaram uma série de acordos.Acompanhado da primeira-dama Priscila Flores, Clécio foi o único governador a participar do encontro.“A relação entre os povos amapaense e guianense já existe, mas precisamos lançar luzes de legalidade para que essa cooperação se torne institucional. Isso impacta positivamente nos negócios, nas relações culturais e linguísticas, e na proteção da biodiversidade da Amazônia. Queremos, juntos, resolver problemas históricos e cooperar”, destacou Clécio Luís.A região entre o Amapá e a Guiana formam a maior fronteira com da França, com 700 km. O Rio Oiapoque separa os dois lados que são ligados pela ponte binacional. O Amapá defende o retorno da emissão de vistos franceses no estado e a reavaliação do valor cobrado de seguros para o trânsito de veículos brasileiros.Representantes do AP no encontro com Macron. Fotos: Jorge Júnior/Secom“Nós conseguimos passar para o presidente francês o sentimento dos amapaenses sobre a necessidade dessa relação fortalecida. As questões do visto e do seguro são um debate elevado pelo governador Clécio Luís. A nossa luta é para exercer o princípio das relações internacionais e estabelecer a relação da reciprocidade”, citou o senador Davi Alcolumbre.“Reconhecemos a França, seu potencial e nos orgulhamos da nossa fronteira com eles, mas temos interesses em comum que também avançaram a partir deste encontro. São assuntos de cooperação, da Universidade Binacional, do visto comum dos dois lados. Tem muito a avançar e hoje demos um passo importante para isso”, ressaltou o senador Randolfe Rodrigues.Relação retomadaA relação com a França foi retomada pelo Brasil e o Amapá a partir de 2023, após quatro anos de uma quase ruptura. Em março, a 6ª Reunião do Conselho do Rio Oiapoque ouviu demandas das populações da fronteira, e definiu 7 propostas de melhorias para a saúde, meio ambiente e desenvolvimento econômico da região.Nos últimos dias, Macron esteve no Pará, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília, onde assinou acordos e conheceu iniciativas que serão destaques na Conferência do Clima no ano que vem, na COP30.