Na visita de Macron ao Senado, Davi ressalta importância da parceria entre França e Amapá para concretização de projetos no estado

Membro da comitiva, liderada pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que recebeu o presidente da França, Emmanuel Macron, no Senado Federal, nesta quinta-feira (28), o senador Davi Alcolumbre (União-AP) ressaltou a importância da relação do país não só com o Brasil, mas também com o Amapá. Acompanhado do governador Clécio Luís e do senador Randolfe Rodrigues (Sem Partido-AP), Alcolumbre disse, em coletiva, que seu estado tem o interesse de resolver alguns “gargalos institucionais” no que diz respeito às relações internacionais com a Guiana Francesa, região considerada um departamento ultramarino francês, portanto, um território pertencente à França.

O senador citou como exemplo de ajuste a ser feito nessa relação institucional a obrigatoriedade do visto para os amapaenses entrarem na Guiana, com quem o Amapá faz divisa, enquanto que, para entrar na França, os brasileiros não precisam do documento. “Esse problema do visto tem sido dramático para os amapaenses porque, para entrar na Guiana, pede-se o visto e, para sair de Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo em direção à França, não é necessário”, frisou o senador. ”Fazemos fronteira com a Guiana Francesa e, por isso, precisamos estreitar e institucionalizar essa relação entre os irmãos brasileiros e franceses que vivem há anos desde o Oiapoque a Guiana, especialmente em São Jorge”, acrescentou.

Para o senador Davi, o princípio da reciprocidade deve ser respeitado em todas as relações internacionais do Brasil com a França e territórios, e não apenas em parte do país. “Queremos que o princípio da reciprocidade seja respeitado para que a França compreenda esse problema que enfrentamos no Amapá, enquanto estado da Federação”, afirmou. Ainda segundo Alcolumbre, outro problema a ser solucionado na relação entre Brasil e Guiana está na cobrança do seguro automotivo para veículos brasileiros que entram no território francês, quando o contrário não ocorre.

“Temos uma ponte de concreto que liga o Amapá à Guiana Francesa, estabelecendo essa relação em cima do Rio Oiapoque. Os veículos do Amapá, portanto, do Brasil, não entram na Guiana, por conta de um acordo da União Europeia sobre seguros automotivos. Isso é um problema para todos nós, porque os veículos franceses atravessam a ponte e não são cobrados no Brasil. Já os do Brasil que querem atravessar para a Guiana precisam pagar um seguro altíssimo”, criticou.

Sobre os acordos de preservação ambiental com o governo francês, o senador lembrou que o Amapá é o estado mais preservado do Brasil, com mais de 97% de sua cobertura vegetal intacta e mais de 60% de terras protegidas. “Se há uma bandeira levantada pelo presidente da França sobre preservação ambiental deve-se saber que o Brasil dá sua parcela de contribuição, mas o Amapá dá muito mais. Somos o estado com mais de 97% de sua cobertura vegetal preservada, primária e intacta, temos 63% de terras protegidas, temos o maior parque de floresta tropical do planeta. Enfim, o estado dá ao mundo o que o mundo pede ao Brasil e à humanidade”, ressaltou.

Mobilização conjunta pelo Amapá

Presente no encontro com o presidente francês, o governador Clécio Luís afirmou que seu encontro com Macron teve o objetivo de aprimorar a cooperação entre os povos amapaenses e guianenses. “Viemos para defender nosso ponto de vista. Hoje já existe uma cooperação entre o Amapá e a Guiana Francesa acontecendo de verdade. O que precisamos, agora, é lançar luzes da legalidade entre essa cooperação para que ela se torne em uma relação institucional”.

Já o senador Randolfe Rodrigues destacou a união entre governo estadual e bancada no Senado para resolver as dificuldades na relação entre os dois países. “Hoje, devido a nossa mobilização comum, o governador esteve à mesa junto com o presidente francês e, de igual para igual, falamos tudo que queremos para trabalhar junto com a França. Porque reconhecemos o país e seu potencial e nos orgulhamos dessa fronteira, mas os interesses em comum precisam avançar e tenho certeza de que serão”.

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