O Hospital de Emergência (HE) de Macapá registra, pelo segundo mês seguido, alta nos atendimentos de baixo risco

Somente nos 20 primeiros dias de março, foram contabilizados 4.537 pacientes acolhidos na unidade hospitalar, uma média de 220 pessoas por dia. Segundo os registros, 52% desses pacientes deveriam ser atendidos pela rede de saúde municipal através das Unidades Básicas de Saúde (UBS).

O HE, em muitos casos, acaba sendo a primeira opção da população na hora de buscar por atendimento, caso do autônomo Anaice Cunha, ele foi até o HE nesta quarta-feira, 20, após apresentar febre e dores no corpo. Com sintomas leves, ele recebeu uma pulseira verde, que de acordo com a classificação de risco, tem menor gravidade e não corre risco de vida, podendo aguardar por atendimento.

“Me senti mal durante a noite, tive febre e dor no corpo, meu primeiro pensamento foi buscar atendimento aqui”, relatou o paciente.

O local é voltado para o atendimento de casos de média e alta complexidade, como acidentes graves envolvendo ortopedia, neurocirurgia, oftalmologia e acidente vascular cerebral (AVC). Além do aumento no tempo de espera, a alta procura de pacientes de baixa complexidade acaba gerando filas nos corredores do HE para serviços como curativos, medicação intravenosa diária e troca de sonda.

Segundo o diretor do HE, Emanoel Martins, pacientes em condições clínicas mais leves acabam aguardando muito tempo enquanto podem ser atendidos em unidades básicas.

“As pessoas que encaminhamos para as UPAs e UBSs são as classificadas com as cores azul e verde, que são casos mais leves e de baixa complexidade. Indicamos que os usuários priorizem o primeiro atendimento em uma Unidade Básica de Saúde mais próxima de sua casa, para o controle geral da saúde. Dessa forma podemos direcionar nossos esforços para pacientes graves e de alta complexidade, que é a vocação do hospital”, explicou Martins.

A trabalhadora de serviços gerais, Livia Barros, chegou ao HE com dores nas pernas e dificuldade de andar, depois do acolhimento e de receber uma pulseira amarela, ela foi avaliada, recebeu medicação e foi orientada a procurar uma unidade de saúde municipal.

“Fui aconselhada a procurar uma UBS para realizar exames de rotina e descobrir a causa das dores, a enfermeira também pediu para fazer o controle da pressão arterial e glicose, para ver se está tudo bem”, contou Lívia.

Classificação de risco

A enfermeira Laryssa Verissimo trabalha no setor de classificação de risco, onde acontece o primeiro atendimento aos pacientes. A classificação é de acordo com a gravidade do quadro de cada um. Segunda a enfermeira, os usuários que dão entrada na unidade de saúde são atendidos, incluindo os casos de baixa complexidade. O trabalho de conscientização dos pacientes faz parte da rotina dos servidores.

“A maioria das pessoas já vem direto para o HE porque sabem que aqui vão receber atendimento, fazer exames de imagem e laboratorial, mas de forma geral a população precisa entender que a prioridade será para as emergências. Todos que chegam aqui vão ser atendidos, mas sempre precisamos explicar que isso acontece de acordo com a gravidade da situação, o que faz o tempo de espera ser maior”, explica a profissional.

Veja o que representa cada cor do protocolo de Classificação de Risco:

  • Vermelho – nível máximo de urgência;
  • Laranja – muito urgente;
  • Amarelo – gravidade moderada;
  • Verde – menor gravidade;
  • Azul – atendimentos simples.

O HE oferta procedimentos de emergência em cirurgia geral, ortopédica e trauma facial, além de exames de diagnóstico por imagem como Raio-X, tomografia, ultrassonografia, eletrocardiograma, ecocardiograma e também exames laboratoriais. O hospital realiza, ainda, atendimentos de urgência em saúde mental e tratamento de queimados.

Investimentos na saúde

Desde 2023, o Governo do Estado revitalizou, ampliou e reformou mais de 80 espaços no Hospital de Emergência de Macapá, além de adotar o novo fluxo de atendimento baseado no Protocolo de Manchester, que classifica pacientes de acordo com a gravidade do quadro clínico. Foi realizada ainda a troca do telhado, com colocação da nova calha e reparos na parte elétrica, proporcionando mais segurança e eliminando goteiras dentro da unidade.

O Governo ampliou em 50% o número de leitos de UTI do HE, além de criar programas assistenciais, como a Operação Dr. Teles, que, em um ano, continuou em casa o tratamento para cerca de 400 pacientes de baixa e média complexidade. Outra investida é o programa Zera Fila, que realizou cerca de 5,5 mil cirurgias no ano passado, sendo 4,4 mil só de ortopédicas.

Foi implantada mais uma sala cirúrgica, que aumentou em 25% a capacidade de cirurgias. A espera por cirurgias ortopédicas passou de 3 ou 4 semanas para 48 horas. Com o novo aparelho de raio-X fixo, que foi trocado após 10 anos, já foram realizados este ano 11 mil exames de imagens. Também foram adquiridos mais dois novos carros anestésicos.

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