Por SELES NAFESA liberdade em audiência em custódia, a prisão preventiva e depois a nova libertação provisória transformaram numa salada de insegurança jurídica o caso do idoso que foi arrastado até a morte por um motorista embriagado. Agora, depois de mais uma liberdade provisória (graças a mais uma decisão controversa), o motorista Ruan Carlos Carvalho dos Santos, de 36 anos, poderá voltar para a prisão. O pedido é de novo do Ministério Público do Estado.Ruan foi preso em flagrante no dia 1º de fevereiro, após atropelar e arrastar por um quarteirão o aposentado Antônio Gomes, de 68 anos, no Bairro do Laguinho, região central de Macapá. No dia seguinte, ele foi solto na audiência de custódia depois que o juiz Diego Araújo, da 1ª Vara Criminal, errou ao interpretar o resultado do bafômetro. O MP recorreu, e o mesmo juiz reconheceu o equívoco e determinou o recolhimento, que só foi concretizado dois dias depois, quando Ruan já era procurado pela justiça.No dia 9, de forma surpreendente, a juíza Lívia Simone, da Vara do Tribunal do Júri, decidiu soltá-lo por entender que comoção social não é motivo para prisão, e que ele possui ocupação e residência fixa. Só que ela ignorou a tentativa de fuga do local do crime, a forma como o aposentado morreu, a falta de socorro, o nível de embriaguez (mais de 5 vezes acima do tolerado), e o fato de o motorista já estar respondendo a processo por outro atropelamento sob efeito de álcool, ocorrido em 2023, onde a vítima também foi um idoso.Também não levou em consideração decisões anteriores do Tribunal de Justiça e do STJ, ou seja, de cortes superiores, que negaram habeas corpus ao motorista.Momento em Antônio é arrastado pelo asfalto até a morteAnálise da promotora da decisão que deu nova liberdade ao motoristaOntem (10), a promotora de justiça Tatyana Silva, ajuizou um recurso para que a Câmara Única revogue a liberdade provisória de Ruan Carvalho. Segundo ela, o MP nem chegou a ser ouvido antes da nova decisão que o tirou da prisão.Citando os detalhes do caso, a promotora defendeu que o histórico do motorista e a circunstâncias da morte de Antônio Gomes reforçam a necessidade de que o acusado aguarde preso para garantia da ordem pública. Além disso, o crime tem previsão de pena de até 26 anos.O pedido será analisado pela Câmara Única do Tribunal de Justiça.
Após 2ª decisão equivocada, motorista que matou idoso tem novo pedido de prisão
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