O torneio, coordenado pela Secretaria do Estado do Desporto e Lazer (Sedel), marca a abertura das competições aquáticas oficiais do ano. A novidade foi a participação de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
A jovem Sabrina Vieira, de 24 anos, não escondeu a ansiedade de participar da competição. Nervosa, ela conta que se preparou por dois meses, e mesmo com o pouco tempo, conseguiu realizar a prova.
“É a primeira vez que tô competindo, pensei que ia ficar mais nervosa, acho que é porque é algo diferente do que a gente vê na televisão”, contou a nadadora que tem o TEA.
A mãe da atleta, Solange Maria, contou um pouco da história da filha com a natação, e a evolução que o esporte proporcionou na vida da jovem, que apesar de pouco tempo de treinamento, é nítida.
“Sabrina não era como as outras crianças, sempre foi quieta e introvertida. Não falava, então fui atrás de um diagnóstico, que foi o autismo. Depois foi só acompanhamento, minha filha estudou e é formada em Design. Ela começou a natação e está feliz, adora e confia no professor, que também dá aula para outra criança autista. Eu incentivo os pais a matricularem seus filhos e também agradeço ao Governo do Amapá pela inclusão”, contou a mãe.
Já o João Davi, de 9 anos, é uma criança ativa e começou a nadar por influência do irmão mais velho, que também é atleta. Em seis meses de natação, essa é a primeira prova que ele participa.
“Fui evoluindo, ficando bom, esse é o motivo de me chamarem de Phelps [campeão de natação], eu nado muito”, contou o atleta mirim, sem nenhuma modéstia sobre o talento esportivo.
Enfrentar desafios faz parte da jornada na natação, e para nadadores com autismo, esses desafios podem ser ainda maiores. Da sensibilidade sensorial à dificuldade de comunicação, cada volta na piscina é uma oportunidade de superação.
Com o apoio adequado e paciência, muitos alcançam feitos impressionantes, que vão além das expectativas. O professor Nadilson Siqueira, da Associação Pororoca de Natação, conta como foi o treinamento com os alunos autistas.
“Trabalhar com aluno autista é gratificante, pois quando ele quer algo, ele consegue. A Sabrina, por exemplo, está há dois meses comigo, ela não sabia nadar e hoje conseguiu uma volta no indoor. O ‘Phelps’ diz que vai ser campeão mundial e eu acredito que vai, ele tem potencial”, comemorou o professor.
A Secretaria Estadual do Desporto e Lazer (Sedel) tem trabalhado para que os atletas e alunos com necessidades especiais sejam incluídos no esporte, e assim desenvolver habilidades motoras, sensoriais e sociais de maneira positiva.
Natação Indoor
O Indoor é uma modalidade que vem crescendo no estado, principalmente por inserir crianças e por se tratar de provas com distâncias menores comparadas às convencionais, o circuito é feito em forma triangular ou retangular com uma delimitação de uma baía dentro da piscina, onde os atletas dão voltas, dependo da categoria.