A orla do bairro Cidade Nova foi, gradualmente, ocupada por famílias, amigos e representantes de terreiros que foram saudar a orixá considerada mãe das águas.
Para o diretor-presidente da Fundação Municipal de Cultura (Fumcult), Caetano Bentes, o momento também foi de demonstrar a popularidade das religiões de matrizes africanas.
“Abrimos a vasta programação de aniversário de Macapá, com um evento que reúne pessoas de todos os cantos. É a gestão municipal trabalhando e evidenciando a igualdade entre os povos”, comentou Caetano.
Muitos aproveitaram o momento para agradecer à divindade ou renovar pedidos, foi o caso de Cristiane Rodrigues, que levou a família para prestigiar o evento.
“Para nós, a festa de Iemanjá simboliza a fé e a devoção. Viemos de longe para reverenciar a mãe das águas. São momentos como esses, que mostram a popularidade das religiões de matrizes africanas”, completou Cristiane.
Realizada pela Federação Cultural Afro-Religiosa de Umbanda e Mina Nagô (Fecarumina), a festa contou com apresentações artísticas e a chegada de presentes a Iemanjá, como rosas e buquês de diversas cores.
Esse é mais um evento que fortalece a prática dos rituais de umbanda e mina, além de valorizar as manifestações tradicionais de cultura negra na capital.
A dona de casa, Francimar Santos, também aproveitou o momento para homenagear a orixá. Acompanhada das sobrinhas e irmãs, ela agradeceu à divindade e pediu mais paz e saúde. “Aqui a gente reflete, busca por espiritualidade. É bom estar aqui saudando a Iemanjá, ela nos traz uma energia boa da natureza”, afirma.
A divindade
O nome Iemanjá tem origem nos termos do idioma Yorubá “Yèyé omo ejá”, que significa “mãe cujos filhos são como peixes”. Por ser tida como a matriarca de quase todos os orixás, a divindade é associada à maternidade e à fecundidade, sendo uma das mais cultuadas e reverenciadas pelos praticantes de religiões de matrizes africanas. Iemanjá também é considerada protetora dos pescadores e jangadeiros.