Desde criança, Jota Ney assiste às festas carnavalescas que começaram pelo centro de Macapá.

Blocos de rua, desfiles de escolas de samba, fantasias, confetes. É Carnaval outra vez. Em 80 anos, o Amapá passou por vários carnavais e muitos amapaenses viveram histórias reais que se eternizaram na memória afetiva, como é o caso do radialista José Ney Picanço e Silva, conhecido como Jota Ney. Ele completou 81 anos no último 25 de janeiro, e nesse tempo, não só viveu como registrou muitas histórias da folia.

“A proposta sempre foi animar o povo, mas a celebração tem muitas ramificações. Eu vivi, por exemplo, os blocos de rua animados, entre eles, para não citar todos, lembro do caso do Pererê, que é um dos mais antigos. A folia é um dos eventos que mais aglutina e sensibiliza a população para estar nas ruas e viver o espírito de uma festa verdadeiramente popular”, destacou o radialista.

Jota Ney acompanhou a história do carnaval no Amapá, quando ainda era criança com a família, e já adulto viu nascer agremiações como a Boêmios do Laguinho, Piratas da Batucada, Solidariedade, Embaixada de Samba, Cidade de Macapá, Unidos do Buritizal e Império do Povo de Santana, escolas de samba que ele considera muito bem estruturadas.

“Nossas escolas estão voltando a se apresentar na Avenida Ivaldo Veras, um resgate de algo que traz tanta diversão para as pessoas, é memorável, é fantástico. É histórico”, comemorou Ney.

Mas, antes do carnaval que se conhece atualmente, o radialista lembra das temporadas festivas que aconteciam no Esporte Clube Macapá, no Trem Desportivo Clube, no Círculo Militar, na Assembleia Macapaense e no Santana Clube, locais onde aconteciam os tradicionais bailes à fantasia.

O radialista destaca ainda o concurso de beleza “Rainha das Rainhas”, existente há mais de 40 anos, assim como o Carnaval do Povo, que retornou este ano com o apoio do Governo do Amapá após 29 anos sem realização. O próprio jornalista acompanhou de perto a construção desse carnaval de rua.

Sentado num banco da Praça da Bandeira, onde tudo começou, Jota Ney recordou as primeiras coberturas do Carnaval do Povo.

“Foi um tempo em que eu trabalhava numa emissora de TV. Eu sempre fui um radialista que tocava samba. Na época sugeri ao colega jornalista Luíz Mello, chamar a banda Placa, foi quando surgiu o Carnaval do Povo, uma verdadeira alegria, uma apoteose ver a população, exatamente aquela que não podia ir a uma temporada carnavalesca nos clubes, curtir um evento público”, enfatizou Ney.

O Carnaval do Povo surgiu em 1984, um ano após a criação da Banda Placa Luminosa, uma iniciativa dos músicos Álvaro Gomes e Carlos Augusto, conhecido como Carlitão. O evento trouxe para a capital amapaense uma alternativa aos bailes e blocos pagos.

Jota Ney pontuou, ainda, que no Amapá as mudanças e os incrementos que ocorreram não mudaram as características da festividade, que têm mantido a essência ao longo dos anos.

“O Carnaval, como qualquer atividade cultural, tem altos e baixos, e o nosso tem mais momentos bons, desde que começou na Avenida FAB até os apoteóticos desfiles no Sambódromo, tem se mantido empolgante, com torcidas organizadas e a população compreendendo que essa é uma ocasião para sair de casa, se divertir, torcer pela escola preferida e participar de todos os eventos com muita alegria”, finalizou o radialista.

Carnaval 2024

Como incentivo para a cultura, o turismo e a economia, em dezembro, o Governo do Amapá destinou R$ 4,5 milhões para o Carnaval 2024. O recurso foi entregue diretamente às 10 agremiações em uma parcela única, por meio da Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá (Liesap) e contou com articulação do senador Davi Alcolumbre.

As apresentações, marcadas para os dias 9 e 10 de fevereiro, acontecem na Avenida Ivaldo Veras, no Sambódromo, que voltou a receber, em 2023, a programação carnavalesca. A estrutura foi revitalizada após oito anos para receber o tradicional desfile das escolas.

 

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