Morador da comunidade de Nossa Senhora de Aparecida, Ariton Cordeiro, de 54 anos, perdeu duas casas por conta da erosão, conhecida como “terras caídas”. Agora na terceira casa, morando com a esposa e filhos, ele conta que a ação humanitária ampara as famílias que tiveram a renda impactada por conta dos fenômenos da natureza.
“É uma ajuda na renda da família. A gente ganha abaixo de um salário mínimo. Eu acho que só temos que agradecer. A gente sabe da dificuldade que todo mundo enfrenta, a parte da erosão, perdendo casa, como eu perdi. Eu acho que isso ajuda um pouco na renda familiar, pois precisamos muito dessa água e desse alimento”, conta o morador.
O trabalho no Bailique é coordenado pela Secretaria de Estado de Assistência Social, Companhia de Água e Esgoto do Amapá (Caesa) e Defesa Civil. São atendidas localidades pertencentes às regiões do Carneiro, Vila Progresso, Itamatatuba, Foz do Gurijuba e Arraiol. As equipes vão se dividir em embarcações menores para realizar a distribuição dos mantimentos.
Moradora da Vila Progresso, Josileide Ferreira, de 39 anos, conta que uma das principais dificuldades enfrentadas é a água salgada, ocasionada pela salinização dos rios. Na casa dela moram seis pessoas, entre o marido, que trabalha com pesca, e os filhos. Para ela, o envio de mantimentos representa a sensibilidade e olhar cuidadoso do Estado para a comunidade.
“A maior dificuldade é a energia e a água salgada. Mas essa ajuda que está vindo é muito boa. A gente está sentindo que ele [Governo] está olhando para nós aqui no Bailique. A gente fica muito feliz de ser agraciado por esses kits de alimentos e galões de água. Que Deus abençoe as equipes que estão realizando esse trabalho”, relata Josileide.
Números
Desde janeiro do ano passado, o Governo do Estado vem desenvolvendo esforços para garantir o acesso à água potável aos moradores do distrito de Bailique. A Caesa realizou um levantamento socioeconômico envolvendo quase 2 mil famílias de 38 comunidades do arquipélago. Cada uma delas foi atendida com caixas d’água com capacidade 2 mil litros de armazenamento de água doce.
Para acompanhar mais de perto a realidade dos moradores, a Companhia implementou uma base na localidade, com escritório e equipes de pessoal, incluindo profissionais como operadores e encanadores.
O espaço conta, ainda, com um laboratório e equipe técnica para análise da água no local, garantindo a qualidade do líquido que abastece a região. Foram distribuídos mais de 1,3 milhão de litros de água potável para 52 comunidades do arquipélago e para a Vila do Sucuriju, distrito do município do Amapá, que também enfrenta a salinização.