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Vacinas, Amazônia e a luta contra o aumento da energia: apenas começamos

por Elder Abreu
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Por DORINALDO MALAFAIA *O termo “apenas começamos” me acompanha de longe, desde os tempos de movimento estudantil da Unifap. Ele quer dizer exatamente o que diz: estamos apenas no início de uma jornada, e que jornada tivemos nesse nosso primeiro ano de mandato como deputado federal.Meu slogan de campanha foi “O cara da vacina”. Hoje podemos afirmar que os debates sobre vacinas na Câmara Federal perpassam por nós. Criamos em poucos meses a “Frente Parlamentar em Defesa da Vacina”, do qual sou presidente, instrumento fundamental para avanços como a antecipação do calendário vacinal na Amazônia, a inclusão da vacina contra a dengue no SUS em 2024 e, finalmente, pela recuperação das taxas vacinais. O Brasil vai voltar, por decisão do governo e com o nosso humilde apoio, a ser o país da vacina. Trata-se de uma pauta estratégica, uma luta que salva centenas, milhares de vidas. E não se engane, o bloco negacionista existe, é barulhento e não tem nenhum pudor em colocar dúvidas sobre a eficácia das vacinas na cabeça de milhões de pessoas.Foi essa atuação junto ao Ministério da Saúde que nos permitiu articular a destinação de R$ 71 milhões para a saúde do Amapá, para revolucionar a nossa rede laboratorial e nos preparar para eventos como o surto gripal e a crise de emergência em saúde que tivemos no primeiro semestre. O Lacen, em Macapá e o pioneiro Lafron, Laboratório de Fronteira, em Oiapoque, serão dois novos equipamentos que nos ajudarão a dar um salto no atendimento em saúde no Amapá.Em atuação na Câmara FederalO segundo semestre fez com que a pauta da vacina e a defesa da Amazônia – do povo que nela vive -, tivesse uma virada: a luta contra o aumento da energia elétrica no Amapá.Ainda em agosto, quando o aumento de 44,41% foi anunciado, começamos a nos debruçar sobre o tema. Não faltou quem tentasse nos desistimular, a turma do “deixa disso” e a do “não vai dar em nada” sempre estiveram a espreita. No fim, há um fato concreto, eles perderam e nós vencemos, o povo do Amapá venceu. Dia 13 de dezembro seria o dia em que a energia ia aumentar e não aumentou.O caldo foi engrossando e a luta mobilizou os principais atores políticos do estado e em meados de setembro e outubro chegou ao Presidente Lula, o que foi fundamental. Tudo ajudou: as audiências públicas, a comissão da crise energética que presido na Câmara, as ações da defensoria pública, a ação popular que assino junto a outros parlamentares, a minha ação individual que proibiu a Cea Equatorial de realizar cortes aos fins de semana e feriados e outros tantos pontos, a fiscalização nos medidores de energia, o Ministério Público Federal, etc., toda a mobilização que foi feita valeu a pena.Dorinaldo foi grande defensor da ampliação da vacinação no país …… e ainda no AmapáA luta não acabou, a energia ainda é muito cara, mas começamos a virar esse jogo. E dizemos mais. Em 2024 é a hora e a vez da água. Não é razoável morarmos na frente do maior rio do planeta e termos tanta gente sem água tratada e de qualidade em casa.Presidi a comissão mista que definiu o texto do “Mais Médicos”, muito melhorado e repaginado em relação à etapa anterior. No Amapá, agora mesmo, mais de 70 médicos estão atuando em diversos municípios por conta do programa. Pessoas mais humildes, em lugares mais distantes, tem direito a terem atendimento médico com qualidade.Também fui vice-presidente da comissão que aprovou o texto do novo Bolsa Família, o maior programa de transferência de renda do mundo, e tenho muito orgulho disso. Ao menos 170 mil amapaenses recebem o Bolsa e estudos recentes, de insuspeitos economistas liberais, demonstram que o programa tem eficácia em ajudar com que as pessoas além de matarem a fome, consigam em grande número dar passos à frente até que não mais necessitem receber o auxílio.Deputado lutou diretamente contra o aumento proposto pela AneelApresentei 283 propostas legislativas e relatei outras 9 propostas. Representei o Amapá na tribuna dezenas de vezes, denunciei as enormes desigualdades regionais que nosso país tem. Fui e sou um deputado da Amazônia.Destaco o Projeto de Lei 1809, que apresentei ainda em abril, que visa combater boatos e fake news na área de saúde. Infelizmente, há poucos dias vimos como boatos infundados podem ceifar a vida de pessoas, levar sofrimento à nossa juventude e demonstrar o lado mais cruel da nossa sociedade. A internet não é terra sei lei e as grandes plataformas tem a obrigação de ajudar a enfrentar tudo isso.Para finalizar, há uma anedota, um causo, que contam ter ocorrido com o saudoso deputado Ulysses Guimarães. Os mais próximos contam que não era segredo para ninguém de seu pessimismo crônico. Certa feita, o velho Ulysses lançava um olhar meio que enigmático para o plenário em uma posse do Congresso Nacional quando um interlocutor teria lhe dito:– Deputado, ficou bem ruim essa atual formação do Congresso, né?Ao que Ulysses apenas respondera.– É, mas espera o próximo para você ver…“buscamos honrar o Amapá, os votos que tivemos e o povo brasileiro todos os dias, com muito mais do que apenas decoro, mas com trabalho”Parece-me que o “próximo” chegou. Há uma cultura de lacração, agressiva, de baixa qualidade, especialmente no espectro da extrema direita, onde o conteúdo, a situação do Brasil e do povo brasileiro é o que menos importa. Nesse sentido, buscamos honrar o Amapá, os votos que tivemos e o povo brasileiro todos os dias, com muito mais do que apenas decoro, mas com trabalho e respeito a nomes da estatura e a história de um Ulysses Guimarães ou de uma Luisa Erundina.Há muito, muito mais. Vamos por mais. Sempre atuante. Apenas começamos!*Enfermeiro, doutorando em saúde pública pela Fiocruz e atualmente deputado federal pelo PDT do Amapá.

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