Neste domingo, 3, em Dubai, o governador, Clécio Luís, reuniu com representantes do Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) em busca de financiamentos para o Amapá.
A mobilização acontece durante a 28ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 28), com foco em impulsionar a economia sustentável, de acordo com os objetivos da COP 30, a ser realizada em 2025, na cidade de Belém (PA).
Para o governador do Amapá, as COPs falam da Amazônia, no entanto, boa parte das discussões acontece sem a presença de moradores, governantes e movimentos sociais amazônicos. Contudo, a participação mais intensa de representantes da região nesta COP 28 demonstra um crescimento do protagonismo da Amazônia no cenário internacional.
“Nós precisamos deixar um legado, que já tem que ser construído agora. O Amapá tem muitos potenciais, como a localização estratégica privilegiada e regiões preservadas. É importante projetar um futuro de preservação, mas com atenção a quem mora na Amazônia. Já somos um país de desigualdade, na Amazônia ela aumenta. Isso incomoda a todos, mas temos a oportunidade de mudar essa realidade. Estamos pleiteando que, tal qual Belém, o Amapá receba apoio para melhorar sua infraestrutura”, comentou o governador.
Investimentos no Amapá
Fundado em 1970, o CAF é formado por 19 países e 14 bancos privados, promovendo um modelo de desenvolvimento sustentável por meio de crédito, recursos não reembolsáveis e apoio a estruturação técnica e financeira de projetos nos setores público e privado na América Latina. Para o Amapá, o CAF é estratégico na construção de novas oportunidades.
O primeiro contato foi positivo, pois os representantes do banco afirmaram que o CAF está comprometido em ampliar a carteira de negócios verdes, e expressaram interesse em apoiar a região, proporcionando investimentos a fundo perdido e acesso a créditos em condições favoráveis.
Presente no encontro, o presidente do Conselho Deliberativo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do Amapá, Josiel Alcolumbre, destacou que o estado amazônico já possui iniciativas que incentivam o desenvolvimento sustentável e que podem ser impulsionadas por meio de parcerias. Uma dessas iniciativas é o Selo Amapá, que certifica produtos originalmente produzidos no estado.
“Com o Selo Amapá, em parceria com o Governo do Estado, a gente quer exatamente incentivar que micro e pequenos empresários possam formar uma grande cadeia de negócios, não apenas para a COP, mas também deixar um legado. São dois anos para a COP30, um período muito curto e é por isso que, juntos, estamos buscando os organismos de financiamento, para que a gente possa alavancar e dar uma proporção maior ao que o Amapá merece”, destacou Alcolumbre.
Além de Alcolumbre, a comitiva do Amapá é integrada pelos secretários de governo Edvan Barros (Tecnologia), Cássio Lemos (Meio Ambiente) e Lucas Abrahao (Relações Internacionais e Comércio Exterior), parlamentares e pelo presidente do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap), desembargador Adão Carvalho.
“Embora sejamos independentes, os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Amapá vivem em harmonia. Estamos aqui, juntos, presentes na COP para, a qualquer momento que surgir uma demanda, nós vamos dar uma resposta célere e eficiente, resolvendo problemas para garantir melhorias para o Amapá”, ressaltou o presidente do Tjap.
A estratégia de posicionamento internacional do Amapá destaca seu compromisso em ser um protagonista na busca por soluções ambientais, refletindo seu desejo de promover um futuro sustentável e próspero, revertendo os atuais índices sociais do estado.