O Governo do Amapá destinou mil mosquiteiros impregnados com inseticida ao município de Calçoene, a cerca de 350 quilômetros de Macapá, para intensificar a atenção humanizada no combate e controle à malária na região. Ainda como suporte, a Superintendência de Vigilância do Amapá (SVS) disponibiliza quatro microscopistas para fortalecer as ações de diagnóstico nas unidades básicas de saúde.
Os mosquiteiros serão distribuídos para os moradores como estratégia para reduzir os números da doença, que, conforme monitoramento da SVS, crescem desde setembro no município, especialmente no distrito do Lourenço e em áreas próximas a garimpos.
As equipes que trabalham diretamente no enfrentamento à doença também recebem água potável e combustível. O Suporte fortalece a força-tarefa montada pela SVS para a busca ativa por casos da doença, com testagem rápida e entrega de medicamentos.
A superintendente da SVS, Cláudia Monteiro, mencionou que o suporte oferecido pela gestão estadual é de fundamental importância para dar continuidade aos trabalhos de vigilância, prevenção e combate à malária em Calçoene.
“Nos próximos dias, o Governo do Estado também vai entregar para o município uma motocicleta, fruto de uma doação”, pontuou.
Conforme o prefeito de Calçoene, Reinaldo Barros, medidas como essas são fundamentais para garantir a redução de casos.
“A malária vem sendo monitorada em nossa região e, nesse momento, é preciso avançar e agir de forma mais rigorosa, por isso, além do trabalho de acompanhamento realizado pela SVS, estamos com várias outras medidas para ampliar o cuidado e garantir que possamos reverter os índices da doença”, complementou o prefeito.
Ação humanizada
A SVS montou uma força-tarefa com vários atendimentos em pontos estratégicos do município para que as pessoas tenham acesso ao teste rápido da malária e exame da gota espessa, que permite diferenciação das espécies de plasmodium (protozoário causador da malária) e do seu estágio de evolução.
O trabalho é coordenado pelos técnicos do Laboratório de Saúde Pública do Amapá (Lacen), com o apoio de agentes de saúde e endemias dos municípios de Calçoene, Tartarugalzinho e Ferreira Gomes.
“Para atingirmos a meta de eliminação da malária aqui, nós precisamos testar o maior número de pessoas possível. Esse laboratório improvisado que montamos permite que a população tenha acesso aos exames”, disse o biomédico do Lacen, Gilberto Madureira.
Outra estratégia que vem sendo colocada em prática na região é a busca ativa de pacientes sintomáticos e assintomáticos. O objetivo é diagnosticar a doença, iniciar o tratamento e fazer o bloqueio da transmissão para outras pessoas.
A pessoa que testa positivo para malária, recebe imediatamente antimaláricos (medicamentos para o tratamento da malária) e segue o tratamento com acompanhamento diária dos agentes.
As equipes tem percorridos principalmente os locais de difícil acesso, em comunidades distantes do Distrito de Lourenço e que concentram números considerados de casos.Os moradores recebem ainda orientações sobre a prevenção, diagnóstico e tratamento da malária.
Registros
Dados da Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS) mostram que do dia 1° de janeiro ao dia 28 de novembro de 2022 o Amapá registrou 2.261 casos de malária, desse total, 621 foram em Calçoene, 419 em Porto Grande, 374 em Oiapoque, 370 em Pedra Branca, 159 em Macapá, 120 em Mazagão e 17 em Santana.
Já este ano, no mesmo período, os números saltaram para 4.233 casos confirmados em todo o Amapá, sendo 2.304 em Calçoene, 772 em Oiapoque, 459 em Pedra Branca, 276 em Macapá, 106 em Santana e 56 em Mazagão.
Malária
A malária é uma doença tropical causada pelo protozoário plasmodium, que infecta o mosquito Anopheles. A doença é transmitida ao homem pela picada da fêmea do mosquito. A melhor forma de prevenção é se proteger do inseto, no entardecer e amanhecer, e controlar os vetores de transmissão.