Mais de 60 toneladas de alimentos começaram a ser distribuídas para os povos indígenas que enfrentam a crise fitossanitária que atinge as plantações de mandioca na região de Oiapoque

 Foto: Silmara Martel/Assistência e Israel Cardoso/GEA
O governador Clécio Luís ouviu as lideranças indígenas de Oiapoque

Mais de 60 toneladas de alimentos começaram a ser distribuídas para os povos indígenas que enfrentam a crise fitossanitária que atinge as plantações de mandioca na região de Oiapoque, município no extremo norte do Amapá. Depois de decretar Situação de Emergência, em julho, o governador Clécio Luís comandou nesta quinta-feira, 24, a ajuda humanitária que começou pela aldeia do Manga e conversou com representantes das várias etnias da região.

“Estamos aqui para devolver dignidade aos nossos indígenas, ouvindo suas necessidades e fornecendo alimento adequado até que essa crise seja sanada. Estamos dialogando com diversos órgãos estaduais e federais, para que juntos possamos buscar a melhor alternativa para o setor primário e para que as aldeias mantenham o consumo da mandioca, a exemplo da farinha, que é a base da alimentação deles”, pontuou Clécio Luís.

O levantamento da Secretaria de Estado da Assistência Social junto a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e o Distrito Sanitário Especial Indígena do Amapá e Norte do Pará (Dsei) identificou 66 aldeias atingidas pela crise. Uma população estimada em cerca de 10 mil indígenas.

O Governo do Estado também levou o programa Acolher Amapá, que reúne benefícios sociais emergenciais, inclusive com transferência de renda aos agricultores. “Estamos preparados para levar assistência e segurança alimentar até que se encontre a solução”, pontuou a secretária de Assistência Social, Aline Gurgel.

“Agradeço aos parceiros que estão apoiando, ajudando na causa dos povos indígena, principalmente num momento desses. Quero dizer ao governador Clécio, que sempre conte com as lideranças das comunidades indígenas”, disse o cacique Zelito, da aldeia do Manga.

São 1.897 kits de alimentação levados até Oiapoque em 12 caminhões do Exército Brasileiro. Há quatro pontos de concentração para distribuição nas comunidades: às margens da BR 156, nas aldeias do Manga e Uaçá, que terá o auxílio de balsa na distribuição, e as margens do Rio Oiapoque, no qual o ponto de entrega será o Ramal Galibi.

Os kits contém 40 itens alimentícios que foram definidos pelo Conselho de Caciques dos Povos Indígenas de Oiapoque (CCPIO), assim como o número de famílias indígenas que serão atendidas.

União de esforços

Em julho, o governador Clécio Luís se reuniu com a Embrapa e a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) pedindo apoio federal para o combate às pragas. Uma das dinâmicas que serão adotadas é a introdução de sementes de mandioca mais resistentes às pragas e doenças em novas áreas, que começaram a ser definidas por líderes indígenas, técnicos e engenheiros agrônomos.

Para isso, de forma imediata, a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR) adquiriu 62,5 mil manivas-sementes e doou o material para a Embrapa. A instituição vai trabalhar as sementes para fazer o combate de pragas e doenças e para aumentar a produção de raízes na região do Oiapoque.

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