Por CAROLINA MACHADODurante o mês de julho, a Delegacia de Repressão em Crimes Cibernéticos (DR-CCIBER) do Amapá registrou um aumento nos casos de crimes de invasão de conta bancária. De acordo com a Delegacia, 90% das ocorrências registradas em julho correspondem a esse tipo de crime.A delegada titular da DR-CCIBER, Áurea Uchôa, relata que em julho de 2022 o percentual era de 2% e em fevereiro deste ano era de 10%.“Foi crescendo exponencialmente, até que em julho houve um “boom” desses casos, chegando a 90% dos delitos registrados. Antes, a maioria dos casos registrados eram relacionados a estelionato virtual e à invasão de rede social com posterior aplicação de estelionato. Só que agora houve esse aumento de invasões de contas bancárias que nos chamou nos chamou muita atenção”, afirmou.Dentre os casos registrados estão duas empresas no Amapá que foram vítimas desse tipo de crime. Em uma delas, os criminosos chegaram a subtrair a quantia R$ 1 milhão. Para a delegada, a preocupação é tanto com as empresas quanto com os próprios cidadãos.“Nosso alerta é também para as contas de pessoas físicas, porque quando ocorre esse tipo de invasão, eles não somente retiram os valores em conta corrente como também os que estão em conta poupança, além de fazerem empréstimos consignados e adiantamento de 13º salário, por exemplo”, detalhou.De acordo com Uchôa, o aumento nos registros desse tipo de crime está relacionado às inovações dos meios que os criminosos usam para obter valores de maneira fácil.“Antes esses criminosos costumavam se passar por um familiar ou amigo da vítima, onde eles solicitavam valores. Mas hoje isso evoluiu para a invasão de contas bancárias”, declarou.Delegada titular da DR-CCIBER, Áurea UchôaA invasão de conta bancária geralmente inicia com o envio de uma mensagem SMS para a vítima com conteúdos relacionados a programas de milhagens ou com mensagens informando alguma compra no cartão de crédito juntamente com um link ainda na mensagem. “A vítima acaba clicando no link e sem querer ela instala um malware no celular, o qual aguarda ela entrar no aplicativo bancário e digitar a sua senha. Ou então, ao clicar no link, abre uma outra aba solicitando os dados de login, onde os criminosos conseguem os dados do cidadão”, expôs a delegada.Caso a pessoa seja vítima desse tipo de crime, a delegada orienta que ela procure imediatamente a instituição bancária e também registre um boletim de ocorrência. “O primeiro passo é entrar em contato com a instituição bancária de maneira mais ágil possível para solicitar o Mecanismo Especial de Devolução (MED), onde o banco vai entrar em contato com o banco beneficiário daquele valor, caso não seja ele próprio, para fazer o bloqueio daquele daquela conta que recebeu o valor. Feito isso, a pessoa deve registrar um boletim de ocorrência na delegacia ou pela internet. Assim iniciaremos os procedimentos cabíveis”, explicou Áurea Uchôa.Para evitar ser vítima desse tipo de crime, a delegada orienta que as pessoas habilitem apenas um dispositivo para fazer movimentações financeiras, além de fazer a instalação de antivírus.“Então essencial que se tome cuidado com qualquer tipo de conteúdo que chega tanto por SMS quanto por e-mail. Esteja sempre desconfiado. Na dúvida, procure os canais oficiais de sua instituição bancária e evite clicar em qualquer link”.A Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos está localizada no Ciosp da zona oeste de Macapá, situado na Rodovia Duca Serra.
Invasões de contas bancárias saltam quase 90% no Amapá
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