O Governo do Amapá promoveu treinamento de médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, fisioterapeutas, assistentes sociais e psicólogos que trabalham no Hospital Estadual de Santana para aprimorar o preenchimento da ficha de notificação das vítimas de violência, atendidas na unidade de saúde.
A capacitação de dois dias, que encerrou nesta quinta-feira, 20, foi coordenada pela Superintendência de Vigilância em Saúde do Amapá (SVS). A proposta é identificar e conhecer conceitos essenciais relacionados à violência, refletir sobre a dimensão da situação na sociedade e, o mais importante, apropriar-se de instrumentos para colocar em prática políticas públicas que possam amenizar o problema.
Para a superintendente da SVS, Margarete Gomes, abordar a temática da violência enquanto problema de saúde pública é de extrema importância para a execução de práticas em defesa das vítimas.
“Para promover linhas de atendimentos mais direcionadas para as pessoas vítimas de qualquer tipo de violência, é necessário que o problema seja identificado de forma imediata e correta. As unidades de saúde são portas de entrada, por isso, estamos promovendo esse treinamento”, reforçou Margarete.
A notificação das violências interpessoais, onde um ou mais agressores causam lesões em uma ou mais vítimas ou quando a própria pessoa provoca a lesão em si mesma, além dos casos de suicídio, tentativa de suicídio e autoflagelação, é fundamental para a quebra do ciclo de violência e produção do perfil epidemiológico do estado e municípios, e permite um planejamento de ações pautadas na realidade local.
O Hospital de Santana é referência no atendimento às vítimas dos diversos tipos de violência, através da maternidade, Pronto Socorro (PS) e PS Infantil.
“Com a intenção de conhecer as reais estatísticas das violências e fomentar novas políticas de combate e denúncias, as notificações coletadas serão compartilhadas entre a Secretaria de Estado da Saúde e a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde”, explicou a responsável técnica pela Vigilância de Violências e Acidentes (Viva) da SVS, Michele Maleamá.
O médico Rosalvo Neto, comentou que o processo de notificação nos hospitais ainda é um assunto delicado, mas necessário para frear o problema que, cada vez mais, ganha proporções inaceitáveis.
“Alguns pacientes ainda têm medo de terem informações íntimas reveladas ou sofrerem retaliação do agressor, por isso, acabam não revelando a verdadeira causa da lesão, com isso, fica muito difícil para o profissional de saúde determinar exatamente a origem da violência”, conclui o médico.
O minicurso de capacitação realizado no Hospital de Santana será estendido para outras unidades de saúde do estado.