Mais de 1,5 mil pessoas foram às ruas na sexta-feira, 30, para a 2ª Marcha Estadual de Enfrentamento ao Trabalho Infantil, promovida pelo Governo do Amapá para dar visibilidade ao assunto, sensibilizando e informando a população sobre violações de direitos de crianças e adolescentes.
A ampla mobilização se concentrou no centro de Macapá, com distribuição de material informativo e divulgação de canais de denúncia. A pequena Maria Carolina, de 9 anos, participou da Marcha com um grupo da escola, e contou o que aprendeu sobre trabalho infantil:
“Eu arrumo meu quarto, ajudo minha mãe nas tarefas, mas também estudo e brinco bastante. Criança não deve trabalhar, tem que estudar e fazer coisas de criança”, disse Maria.
O professor Luiz Furtado acompanhou alunos do 4º ano na mobilização e destacou o papel da educação na garantia de direitos infantojuvenis.
“A escola é linha de frente em proporcionar um ambiente que promova o desenvolvimento da criança e na proteção da sua cidadania. Nada melhor que incentivar a criança a brincar e sonhar”, disse Furtado.
Números do trabalho infantil no Amapá
De acordo com o estudo “O trabalho infantil no Brasil: análise dos microdados da PnadC 2019”, havia mais de 3,6 mil crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil no Amapá.
Já o estudo do Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil revela que o número de crianças e adolescentes trabalhadores é composto por 2,2mil meninos (60,9%) e 1,4 mil meninas (39,1%). Desses, cerca de 79,5% negros e outros 20% eram não-negros. Do total, cerca de 85% residem em áreas urbanas e 14,5%, em zonas rurais.
“É como prioridade absoluta que o Governo do Estado está defendendo esta causa. O que nós queremos é erradicar essa violação de direitos, fortalecendo as famílias amapaenses com ações, projetos e programas que garantam renda, saúde, educação, lazer. Pois é dever de todos proteger nossas crianças e adolescentes ”, pontuou a secretária de Assistência Social, Aline Gurgel.
A Marcha contou com a participação de alunos da rede estadual de ensino, Polícia Militar, escolinha do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-AP) e instituições que compõem a rede de proteção de crianças e adolescentes no Amapá.