Inteligência Artificial é usada por pesquisadores do AP em estudos de ecologia e manejo florestal na Amazônia

O uso de IA tem se destacado em diversas partes do mundo por substituir tarefas consideradas repetitivas e braçais e que passaram a ser delegadas para máquinas ou softwares para a execução. Para o secretário de Ciência e Tecnologia do município de Santana, Daniel Chaves, um dos principais exemplos de uso da IA está o georreferenciamento de áreas na Amazônia. “No ponto de vista da região Amazônica, a gente tem um potencial muito grande de atividades como monitoramento georreferenciado e remoto da dimensão da região, dadas as áreas que a gente tem que controlar. A gente pode se apropriar de inteligência artificial para ajudar em tarefas que seriam braçais ou incorporadas e rudimentares”, disse Chaves. Segundo o secretário o problema seria comoditizar o saber, ou seja, não transformar o conhecimento dos saberes amazônicos em uma informação meramente algébrica, numérica, ou transformar em código o saber tradicional e cultural. Mapeamento da diversidade e densidade de árvores gigantes Angelim Vermelho: maior árvore da Amazônia localizada na fronteira do Amapá e do Pará — Foto: Rafael Aleixo/Arquivo GEA O professor Robson Borges de Lima, pesquisador do curso de engenharia florestal da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), tem apresentado avanços significativos e inovadores com as ferramentas de Inteligência Artificial (IA) em pesquisas de ecologia e manejo florestal. Com o auxílio de técnicas avançadas, como o Machine Learning do tipo Random Forest, um dos principais focos de estudo do pesquisador tem sido o mapeamento da diversidade e da densidade de árvores gigantes no bioma Amazônico. Utilizando algoritmos de IA, ele desenvolveu modelos capazes de identificar e mapear com precisão a riqueza de espécies dessas árvores de grande porte e também entender como os fatores ambientais conduzem esses padrões de diversidade. Além disso, o professor emprega ferramentas de IA para estimar a biomassa, o carbono e o volume comercial de madeira nas florestas tropicais. “Esses dados são fundamentais para entender a dinâmica dos ecossistemas florestais e contribuir para estratégias de conservação. Essas estimativas são essenciais para o manejo florestal sustentável e o combate ao desmatamento ilegal. Com a ajuda de algoritmos inteligentes, é possível analisar grandes conjuntos de dados e fornecer informações precisas sobre a quantidade de recursos florestais disponíveis”, descreveu o pesquisador. Robson Lima, pesquisador da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) — Foto: Rafael Aleixo/Arquivo GEA Produtividade de açaizais e mudanças climáticas Outro campo de pesquisa no qual o professor Lima está iniciando é a estimativa da produtividade de frutos de açaizais nativos. Por meio da aplicação de técnicas de IA, ele desenvolve modelos que permitem calcular a quantidade de frutos produzidos por essas palmeiras. Essas estimativas são valiosas para a indústria de alimentos e podem contribuir para o planejamento de cultivos sustentáveis. Uma das características distintivas do trabalho do professor é a aplicação dessas abordagens e aplicações de IA em cenários de mudanças climáticas na Amazônia. “Para prever a distribuição potencial de grandes árvores ou espécies raras e adequação de habitat delas de acordo com os modelos climáticos globais do IPCC, investigo como as florestas tropicais podem ser afetadas e como os recursos naturais podem ser geridos de forma adaptativa”, explicou Lima. Segundo o pesquisador, essas informações são cruciais para o desenvolvimento de estratégias de conservação e mitigação dos efeitos das mudanças ambientais. Açaizal no Arquipélago do Bailique — Foto: John Pacheco/Arquivo g1 As principais ferramentas de IA utilizadas pelo professor incluem o Machine Learning do tipo Random Forest, que permite a criação de modelos preditivos robustos, capazes de lidar com dados complexos e variáveis. Essa técnica tem sido amplamente aplicada em estudos florestais, auxiliando na compreensão dos padrões e processos ecológicos. A contribuição do professor, através do uso de ferramentas de IA, tem impactado positivamente a pesquisa e a prática da conservação florestal na região amazônica. Os estudos pioneiros abrem caminho para uma gestão mais eficiente e sustentável dos recursos naturais, proporcionando uma perspectiva promissora para o futuro das florestas tropicais e do meio ambiente como um todo. Santuário das árvores ‘gigantes’ da Amazônia — Foto: Arte g1 VÍDEOS com as notícias do Amapá:

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