Racismo: colegiado diz que casos são comuns na Unifap e faz ataques à site

Por SELES NAFESO colegiado (representantes de alunos e professores) do curso de Relações Internacionais da Unifap se manifestou publicamente, nesta terça-feira (27), afirmando que casos de racismo são comuns na universidade, e fez ataques ao Portal SelesNafes.Com. O colegiado também revelou que pelo menos dois estudantes foram vítimas de preconceito.Na semana passada, o site postou reportagem assinada pelo jornalista André Silva, da equipe de SN, sobre o protesto contra o racismo no curso. O bloco de R.I. foi pichado com a frase “Leviatã Racista”. Leviatã (peixe mitológico) é o nome da associação atlética que reúne estudantes do curso.O Portal SN abordou o assunto procurando ouvir todas as partes, e apurou que o protesto ocorreu após a festa de recepção de calouros, promovida pela Leviatã, que incluía o trote. A associação foi procurada e emitiu nota negando qualquer ato abusivo.Em outra nota nas redes sociais, a Leviatã também informou que um caso de mutilação de um estudante do curso ocorreu fora do ambiente da universidade.Também procurada, a coordenação do curso se pronunciou confirmando que estava apurando o caso em que uma vítima denunciou racismo. O site apurou tratar-se de uma estudante de Relações Internacionais.Bloco foi curso foi pichado. Fotos: André Silva/SNO colegiado de Relações Internacionais se reuniu ontem (26) para tratar do assunto. Numa nota pública, o grupo confirma dois casos de racismo, um deles ocorrido no semestre passado, e outro recente, supostamente levado ao conhecimento da entidade somente ontem. O colegiado negou que ambos tenham relação com os trotes.“Nenhum dos dois casos tem a ver com qualquer trote violento: trata-se de um racismo velado, e por isso difícil de ser percebido até pelos perpetradores, o que não os isenta de responsabilidades”, diz o colegiado.O colegiado afirma que os casos de racismo no curso não são isolados, e que incidentes semelhantes são comuns em toda a Unifap, assim como em todas as universidades brasileiras.AtaquesO grupo também desmentiu boatos de que um estudante vítima de racismo teria sido mutilado num trote violento. Em nenhum momento da reportagem houve menção a este caso.“Tais boatos são mentirosos e caluniosos, e aqueles que os vem publicando sofrerão as consequências legais”.Em vez de cobrar formalmente providências de autoridades, inclusive policiais e judiciais, o colegiado preferiu tentar desqualificar a cobertura feita pelo Portal SN, que apenas relatou o protesto e procurou ouvir todas as partes envolvidas.Casos de racismos são comuns na Unifap, afirma colegiado Fotos: André Silva/SNO colegiado afirma que o jornalista André Silva foi desonesto e mentiroso. Na reportagem escrita por ele, a coordenação foi questionada sobre se a vítima era caloura do curso. A coordenadora não negou, mas afirmou que não entraria em detalhes como forma de não expor a vítima. Em nenhum momento a reportagem cita a turma e nem a identidade da jovem.NOTA DO PORTAL SNO Portal SelesNafes.Com vem de público repudiar os ataques do colegiado do curso que, em vez de levar os casos de racismo às autoridades, prefere atacar a honra do jornalista e do veículo que expôs o crime cometido dentro da universidade, crime que o próprio colegiado decidiu tratar internamente e emitir ser comum na instituição. Inexplicavelmente, o colegiado não pediu ao Ministério Público Federal a apuração criminal dos fatos. A universidade pública tem o papel de ser uma fábrica de saber, celeiro de profissionais conscientes do dever cívico e do respeito ao próximo. Infelizmente, uma pequena parte da comunidade acadêmica prefere se omitir e desviar o foco do verdadeiro debate, às custas da credibilidade e do dever de noticiar que move o jornalista. A partir de hoje, o Portal SN estará cada vez mais atento ao desrespeito com estudantes que saem de casa dos os dias com a intenção de apenas adquirir conhecimento e contribuir, por meio de suas profissões, com uma sociedade mais produtiva e justa.

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